Ano Novo

Eu não tenho limites de tempo...Nem bolas de cristais...Nem, tampouco, recortes de datas marcadas em calendários... Nem calendários e moldes ditados pelos homens me fascinam...
Marco as estradas...sem ferro quente, porque elas são de vidro transparente...
Mas, tenho tino para inicios...De disparadas de coração...De voltas e melodias dedilhadas em meu corpo...
Marcos são atitudes bem delimitadas...Marcas, risos na alma. Poucos sabem deixar marcas, a maioria deixa lembranças...
Arrepios só serão marcas se forem eternos... Apelos e pedidos só serão ditos se forem absurdamente inconfundíveis... Nõ misturo pernas, nem passos...
As flores contaram bem cedo, na madrugada... Disseram-me "beijos"...Disseram-me "nova data"...
Aí, no fluxo do tempo, penso que um Ano Novo significa uma folha em branco...na qual posso escrever tudo igual ou desigual...Que poder é esse que tenho em minhas mãos?...
Feliz Ano Novo!


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