DÁ PARA ACREDITAR?

Já declarei mais de uma vez, que não toco em assunto de política. Porém, existem certas coisas que não dá para ficar calado. Se bem que, na realidade, não vou falar propriamente de política. Porém, vou me referir a certas situações que me deixa revoltado!

Ali por volta dos anos 80, não posso precisar bem, o partido da estrelinha vermelha elegeu, em Santo André, alguns de seus representantes. Particularmente, lembro-me de dois: Ivo Martim e Montorinho. Quero me referir, às aparências de ambos. Cabelos mal tratados, muito mal arrumados, barba ou por fazer, ou não tratadas. Figuras nada que merecessem palavras de elogios. Pudera, vinham procedentes dos sindicatos, usavam e abusavam em propagar que pretendiam defender o trabalhador. Jamais acreditei muito nisso, porque, primeiro, um vereador pouco pode fazer pela classe trabalhadora. É competência de outra esfera. Segundo, em nossa região, a classe era muito bem defendida pelos próprios sindicatos de onde eles vinham.

De lá para cá, principalmente o Montorinho, que até hoje é reeleito, sempre exercia uma atuação que variava. Estando seu partido no poder, nem se sabia que ele pertencia à Câmara. Não abria a boca. Mas, quando outro partido está no governo, o homem vira um leão. Combativo, sempre querendo informações sobre isto ou aquilo. Falo de cátedra, pois, quando estive na direção da CRAISA, ele perturbou muito.

Enfim, está na dele!

Não é isso que desejo comentar. Quero falar sobre a transformação que esses vereadores tiveram, após assumirem o cargo, no visual, nas aparências. Passaram a usar somente roupas de grife, ternos, camisas, gravatas, provavelmente italianas, paletós de couro, sapatos de pelica, perfumes, cabelos e barba bem tratadas. Umas figuras que nem pareciam de gente oriunda de sindicato de trabalhadores!

Como isso não bastasse, dia desses, em minha frente, ia um automóvel de gente simples, um Uno, de alguns anos de idade. Em seu vidro traseiro havia um painel que cobria todo o espaço. Nesse painel estava a foto do presidente do sindicato dos metalúrgicos de Santo André! Vocês não acreditam a elegância de como ele estava vestido! Para mim, uma tolice das maiores! Devia estar com um macacão, não digo sujo, mas que demonstrasse a sua condição de trabalhador que usa as mãos, como todos os membros dessa classe!

Não, com um terno no mesmo estilo do Presidente Lula, feito por costureiro famoso. Ora, o Lula é o Presidente da República! Ele, presidente de um sindicato!

O que me admira, é que o povo, seus colegas de profissão não vêem essas coisas! Nem imaginam que ele está no cargo, para se promover, criar status, pouco se lixando com os direitos de seus comandados. O que interessa é sua posição, pois, provavelmente, como muitos de seus colegas presidentes ou dirigentes de outros sindicatos, estará num conselho, na direção de uma estatal, ganhando, no mínimo, perto dos R$50.000,00 mensais. Esse é o Cícero, apelidado de Martinha!

E os metalúrgicos dando-lhe o maior apoio!

Agora, os jornais estão noticiando que um assessor petista do prefeito de Diadema (PT), não reeleito, já está sendo levado para a assessoria direta do presidente Jorge Hereda da Caixa Econômica Federal, membro da cúpula do partido que governa o País. Perdeu a “boca” naquele Município...!

Dá para acreditar?

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 29/12/2012
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