Meio Nada

Medo do tédio. Medo do silêncio. Medo do incerto. Até quando aceitarei?

Me adianta tempo

Desejo amargamente uma licença para escapar

Vamos consolidar a frieza da certeza

É insuportável depender do progresso enquanto enxergo o selo de obrigatoriedade para zelar a sobrevivência

Tão banal

Somos banais. Por que ligar para profundidade do poço? Quem realmente chora para ganhar um sorriso? Sou alérgica a publicidade da felicidade

Não me importo mais

Não sinto muito

Apenas imagino como seria se eu não estivesse vazia

O que é uma vida cheia? De dinheiro? De compras? De comida?

Sou metade nada, outra metade vícios

Sou um copo de álcool implorando por uma justiça de esquecimentos

Sou uma caixa de sono aguardando o fim da ingênua ansiedade

Eu não me permito encontrar sentido

Ele só existirá quando o destino ultimar

Extenuei das horas. Para que prolongar a inundação do regresso? Peço licença para interrompe-lo com dignidade

O que vocês chamam de preciosa, eu entendo por negação

O que eu chamo de zero, vocês entendem por existência

É infrutuoso rememorar o motivo de estar aqui, se eu nem se quer tenho o direito de me demitir

Dréus
Enviado por Dréus em 29/12/2012
Reeditado em 01/02/2013
Código do texto: T4058834
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