Vitimização - síndrome de final de ano!!!
'O Grito' de Edvard Munch - Imagem da Web
Estou cansada...
Muito cansada...
Não aguento mais!
Não consigo fazer mais nada!
Estou literalmente, sem forças!
A cada final de ano essas falas
saindo de bocas murchas e rostos desfigurados em corpos curvados, tornam-se recorrentes...
Para onde vai a energia do ser?
Que processo é esse de total exaustão, de uma quase-morte e esvaziamento do ser?
Cansaço físico, estresse emocional diante da sobrecarga do ano todo, talvez justifiquem... Mas também é possível e passível questionar, até que ponto a pressão da mídia, a influência de marketing em apelos, explícitos ou subliminares, tentam legitimar o sentido de que na simples virada de página do calendário, tudo será diferente... ah o ano novo promete! Então, como a própria propaganda enganosa diz 'provoque sua sede até não aguentar mais'...
Ah, mente humana... refúgio perfeito para hospedeiros oportunistas, sempre de plantão para fazer morada e parasitariamente, tirar proveito... a mente humana absorve isso de tal maneira, que o corpo demonstra em sinais sensíveis e visíveis...
Xô! Influências negativas...
Xô! Deixar abusar da liberdade de ser, independente da época do ano, da data no calendário...
Xô! Tornar-se refém de hóspedes indesejados que abrigados sob o teto de mentes vulneráveis à influências externas, conduzem o ser para os caminhos que bem o desejarem, assumindo o comando da própria vida...
Xô! Somatizar no corpo o que a mente, distraidamente, deixa-se dominar pelas artimanhas do invasor...
Portanto, xô! Entregar a mente a outro pensador...
Mente saudável pensa por si mesma, não se deixa aprisionar, tampouco pensar por influências externas...
Ninguém é ilha, nem deve ilhar-se.
Mas... medidas protetivas libertam o ser de deixar-se aculturar e dominar, tornando-se abrigo ao opressor, que metamorfoseado, toma-lhe mente e corpo...
É necessário, refletir, meditar, amar e acreditar em si mesmo, para caminhar livre da opressão em qualquer que seja a estação...
Do contrário, ao invés de admirar a beleza da geada, da neve, do fogo da lareira no inverno, passa-se o tempo todo a reclamar o rigor da estação;
No verão ou curte os prazeres da temperatura, seja no sabor do sorvete ou no desfrutar de uma sombra ou passa-se contestando o excessivo calor;
E, assim passa-se a vida sem desfruta-la seja o tempo que for...
Como queremos desfrutar do tempo, aqui e agora e, não do tempo que foi...
Feliz virada de ano pra ti, pra mim e todos que habitam esse recanto, curtindo quaisquer de suas estações...
"Na verdade, a interpretação é um meio em si mesmo de se tornar senhor de qualquer coisa." Nietzsche