O papelzinho
Ao descer do carro diante do supermercado, a chave em uma das mãos e o papelzinho do estacionamento na outra, bateu um vento forte e lá se foi o papelzinho para o chão. Abaixei-me para pegá-lo, mas não deu tempo, ele foi parar lá embaixo de um outro carro. Para resgatá-lo, só se eu me esticasse de bruços no asfalto ou me ajoelhasse de poupança para o alto, posições nada agradáveis de se exercitar em público, ainda mais para uma senhora que saiu de casa devidamente bem vestida. Já pensou? Até que seria divertido, ou intrigante, para quem me flagrasse naquela situação. Mas o pior seria fazer as compras com a roupa toda suja, como se tivesse saído do trabalho em uma oficina mecânica... Comecei a pensar que a única alternativa seria voltar à guarita lá na entrada e pedir outro comprovante ao moço. Antes, porém, olhei para os lados, quem sabe não aparecia algum rapaz que pudesse me ajudar. E quem apareceu foi um senhorzinho de cabelos brancos, magrinho, andando com certa dificuldade, nem adiantaria lhe pedir nada. No entanto, foi ele quem me salvou, pois era dono do carro sob o qual estava meu papelzinho. Por sorte contei-lhe a história e ele então deu marcha ré para que eu pudesse recuperar o precioso documento; e estacionou novamente. Ainda não tinha terminado de fazer suas compras...
Ao descer do carro diante do supermercado, a chave em uma das mãos e o papelzinho do estacionamento na outra, bateu um vento forte e lá se foi o papelzinho para o chão. Abaixei-me para pegá-lo, mas não deu tempo, ele foi parar lá embaixo de um outro carro. Para resgatá-lo, só se eu me esticasse de bruços no asfalto ou me ajoelhasse de poupança para o alto, posições nada agradáveis de se exercitar em público, ainda mais para uma senhora que saiu de casa devidamente bem vestida. Já pensou? Até que seria divertido, ou intrigante, para quem me flagrasse naquela situação. Mas o pior seria fazer as compras com a roupa toda suja, como se tivesse saído do trabalho em uma oficina mecânica... Comecei a pensar que a única alternativa seria voltar à guarita lá na entrada e pedir outro comprovante ao moço. Antes, porém, olhei para os lados, quem sabe não aparecia algum rapaz que pudesse me ajudar. E quem apareceu foi um senhorzinho de cabelos brancos, magrinho, andando com certa dificuldade, nem adiantaria lhe pedir nada. No entanto, foi ele quem me salvou, pois era dono do carro sob o qual estava meu papelzinho. Por sorte contei-lhe a história e ele então deu marcha ré para que eu pudesse recuperar o precioso documento; e estacionou novamente. Ainda não tinha terminado de fazer suas compras...