É mais fácil mudar o mundo do que mudar a gente mesmo.

Somos criaturas que empacam nas suas manias feito mulas. Somos um canavial de indiossicrasias sem tamanho. Parece fácil mudar os jeitos, as formas de pensar, de agir. Grande bobagem. Sempre voltamos pro nosso ponto de origem. É como se a nossa alma estivesse tatuada até sua alma com algumas marcas que não saem nem a pau. Até podemos tentar mudar. Ou mudar algumas coisas, mas na essência, não. Morreremos da forma que nascemos, num DNA de tal forma perpétuo que parece que o Criador mandou ser assim. Esforços serão nulos, terapias idem. Somos seres incapazes de mudar o curso do nosso rio, e isso nos faz muito mal. Mas, vai fazer o quê? A gente só fica mais velho, as coisas que nos envolvem ficarão lá, cativas e inertes, até a próxima encarnação. Não pense que trata-se de discurso depressivo, untado pelos fogos de final de ano. Nada disso. As coisas são mesmo assim, mesmo que relutemos em aceitar isso com todas suas letras, com todos seus cheiros, com todos seus gostos. Talvez seja justamente isso que nos "segure" no eixo, que nos faça firmar o pé quando os ventos vierem contra de todos os lados. Talvez seja justamente isso que imante os desejos para que fiquem mais fortes, mais vivos. Talvez seja isso que chamam de destino, vai saber.

Vai saber.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 27/12/2012
Código do texto: T4055294
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