Yada, yada, yada.

Sentada na frente do computador ela viajava nas postagens dos seus amigos, numa dessas redes sociais onde aparece de tudo, postam até o que estão fazendo para o lanche e olhe lá se não postarem coisas mais ‘picantes”. Quanto mais fotos e comentários visualizava, mais curiosidade tinha de ver outros. É assim que funciona, uma verdadeira “rede”, uma coisa leva a outra , que menciona uma próxima , volta a primeira e assim vai. Uma enxurrada de yada ,yada ,yada !

Envolvida nessa rede de “informações”, Aninha esquecera-se das provas que faria na manhã seguinte. Duas provas: Filosofia e matemática. Estava precisando de notas para complementar sua média, não podia ficar com nota vermelha, ficaria sem a viagem de férias se perdesse de ano. A empolgação no bate-papo e as “curtidas” que recebia, valiam mais naquele momento.“ Depois estudo.”

Quando deu por si, o relógio já despertava às seis horas da manhã. Aninha ainda estava na frente do computador, ouviu a movimentação de sua mãe nos preparativos do café da manhã, desligou o computador de qualquer jeito, num só puxão tirou o fio da tomada e em questão de segundos já estava jogada na cama.

Dona Laura apareceu na porta do quarto para acordá-la, olhou aquela figurinha tão franzina, achou que Aninha estudara até muito tarde e resolveu deixá-la "dormir" mais um pouco. Vinte minutos depois dona Laura acordou a filha que apareceu com a cara mais deslavada do mundo, dizendo que estava muito cansada de tanto estudar. Tomaram café, conversaram um pouco e o dia seguiu normalmente. Aninha foi para a escola fazer suas avaliações.

Quando dona Laura chegou do trabalho, no horário de almoço, quis saber da Aninha como tivera se saído na prova. Aninha se lamentou muito, disse que a prova estava muito difícil, que nada do que havia estudado fora cobrado pelos professores e que não conseguira fazer uma boa prova. Dona Laura ficou furiosa, não entendia como podia a menina ter passado praticamente a noite toda se dedicando aos estudos e não conseguir tirar uma nota boa. Estava decidido: falaria com os professores. O fim de ano se aproximando, a menina precisando de notas e acontecer uma coisa dessas. Imperdoável.

Decidida a resolver a situação da filha, Dona Laura não queria perder sequer um minuto, ia passar na escola antes de voltar ao trabalho. “ Filha , a sua escola é aquela lá na Prainha , né ? Aquela redonda que parece um de “bolo de noiva”. E a filha desapontada: “Não mãe , eu já estou no Ensino Médio, toma aqui o endereço da minha escola.

E lá se foi dona Laura, cheia de si, tirar a limpo a situação de sua filha.

Luciana Netto
Enviado por Luciana Netto em 27/12/2012
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