TRÂNSITO: NÃO SÓ O EXCESSO DE ÁLCOOL, MAS TAMBÉM A FALTA DE EDUCAÇÃO.

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Educação e disciplina às normas nem sempre funcionam pelo natural processo de conscientização e obediência à ordem social. Quando as medidas educativas e repressivas não resultam positivamente na sociedade, o que não afeta os hábitos comportamentais pesa no bolso do cidadão e talvez só isso possa intimidá-lo e detê-lo.

A multa pela infração cometida por quem dirige embriagado dobra o valor mínimo para R$ 1.915,00. A punição pecuniária talvez seja mais eficaz para quem subverte todas as regras e desafia o trânsito como se fosse dono absoluto das ruas. Se não resolver de todo esta guerra veloz movida a álcool, deve de alguma forma intimidá-la. Mexer no bolso de alguns certamente os incomoda mais do que tentar corrigir-lhes uma falha moral. A punição pecuniária deve mesmo incidir severamente nesses irresponsáveis com instinto homicida. Sim, porque não está isento de culpa quem, sabendo das consequências, dirige embriagado. Se não tem propensão ao homicídio, é, potencialmente,  um suicida.

A lei é severa para com alcoolismo associado ao trânsito, e a mídia dá ampla e enfática cobertura às estatísticas. Isto é incontestavelmente necessário e oportuno. Mas nem precisa ter conhecimento da lei para se conhecer a triste realidade nas principais cidades brasileiras. A violência no trânsito, os traumas e as mortes que nele acontecem não decorrem somente do álcool. Este produz a causa incriminadora em grande escala, mas há os que não bebem e, em plena lucidez, cometem iguais e piores atrocidades no trânsito. Mal educados, transformam seus carros em máquinas destruidoras, verdadeiros tratores ultrapassando a tudo e a todos. São pessoas emocionalmente descontroladas, psicologicamente incapazes de assumir a direção de um veículo, mas que, estranhamente, são habilitados para dirigir. Já presenciei cenas patéticas, estúpidas, estarrecedoras, protagonizadas por pessoas “de bem”, incapazes de contornar, com o bem, uma simples batidinha no trânsito ou simplesmente disputando uma vaga de estacionamento. Xingamentos, palavrões, agressões, vias de fato.
 
Por outro lado, é recente o acesso das classes menos favorecidas à aquisição de veículos automotores. Isto é sintoma de desenvolvimento e democratização de oportunidades. Mas também é prova de despreparo. O brasileiro está se capacitando para ter, mas não está se educando para ser. A disciplina que ainda não se consegue pela educação, opera-se pela punição pecuniária, que é uma das formas de coerção.


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LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 26/12/2012
Reeditado em 07/01/2013
Código do texto: T4054632
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