A mascote da orca para 2013?
Um concurso de gordinhas sexy e simpáticas? Um apelo estético? Longe disso. Brincadeiras à parte, um animal que me fascina são as orcas. Ao longo dos tempos, tem se construído uma imagem negativa desses animais pela humanidade. As razões não são bem claras, mas acredito que seja por despeito, ou ainda, pelo fato de o homem ser um animal beta na frente dessas criaturas (alfa) formidáveis. Em primeiro, as orcas se notabilizam por um cérebro volumoso e estratificado, sinalizando a existência de uma inteligência superior. O cérebro delas chega a medir quatro vezes o tamanho de um cérebro humano. Obviamente, algumas pessoas, esportivamente, fariam a indagação que nunca teriam visto tais animais exercitar a ciência ou fazerem descobertas relevantes na física, na química, etc. Mas, tirando o humor jocoso e ofensivo, observamos que esses animais certamente não têm uma inteligência cognitiva muito desenvolvida, e mal ultrapassa a dos chimpanzés, então, onde residiria a inteligência desses animais? Pouco se sabe do potencial desses animais, mas uma coisa é certa, dentre todos os mamíferos, as orcas são, de longe, os animais mais gregários e do tipo “família”. Sua estrutura social, de tão complexa, chega a ser mais estratificada do que a sociedade humana. As orcas, ao contrário dos humanos, e, em menor escala, de outros mamíferos, sabem de cor as noções previstas por Charles Darwin, cujos intérpretes posteriores fizeram uma leitura tosca e equivocada de sua obra: uma espécie social, tal qual a humana e outras que sejam gregárias, para sobreviverem, em primeiro plano, deve cada membro saber o significado da palavra COOPERAÇÃO. É cooperando que protegemos os fracos com as nossas fortalezas e somos protegidos pelas fortalezas dos outros. Ninguém, por melhor que seja, é “bam-bam-bam” em tudo, mas, pelo menos, somos o melhor em algo. As leituras posteriores de Darwin fizeram entender que o ser humano, para sobreviver, deveria competir, e isso fez uma salada “danada” com o legado de Nietzsche, por causa de seu sobre-homem (Que não é um super-homem), e deu origem às infamadas doutrinas nazistas, da pseudo-superioridade de uns em detrimento de outros, que, para haver “evolução”, deveria ter guerra e competição... Quem tiver curiosidade, Darwin nunca falou em competição, ou seja, nunca falou que só poderia sobreviver o melhor (o mais forte ou o mais inteligente), mas aquele que for mais bem adaptado, e sempre apelou para a cooperação e pela consideração aos consortes. Então, voltando para os mamíferos, em que há os animais ômega, beta e alfa, que são correspondentes às três camadas sociais, se contrastarmos com as orcas, que também são mamíferos, de longe percebemos a nossa ignorância social e a nossa inferioridade social. De fato, existe uma estratificação social nas orcas, mas ela é muito mais horizontal do que vertical. Além do mais, desde a década de setenta, vários outros estudos foram lançados, mas foram poucas as conclusões. Isso denota ainda mais a nossa inferioridade de compreender estruturas sociais mais complexas e sociedades mais avançadas do que a nossa. Somos uma espécie que matamos e exploramos os nossos semelhantes e estendemos a mão para coisas insignificantes. Por certo, temos muito que aprender, não em redes sociais, mas mirando sociedades mais evoluídas, unidas e integradas que a nossa. Vendo o diapasão do fracasso do QI por aí afora (Desde as loucuras da ciência nazista), o que deve estar em pauta na educação nossa, e de nossos filhos, seria um novo modelo social, um modelo mais integrado e unido. Por enquanto, para nós isso é apenas um ideal e para as orcas sempre foi uma realidade. Que esse momento, seja um momento de refletirmos as nossas faltas (E me incluo nisso) e que 2013 seja um ano mais de união, de integração entre as pessoas e os povos. E que deixemos de lado o nosso desrespeito histórico e predatório diante desses animais formidáveis.