ALGUÉM ME DISSE
Há muitos anos alguém me disse que uma criança havia nascido numa manjedoura, ladeado por animais.
Esse mesmo alguém também me disse que essa criança trouxe consigo o amor; um amor tão grande que se expandiu sobre toda a humanidade e era manifesto pelo olhar.
Esse alguém também me disse que essa criança era de uma bondade imensa e que cresceu na pobreza, oriunda de seus pais, contudo, na humildade que trazia consigo portava-se com real nobreza.
Esse alguém também me disse que a vida dessa criança mudou quando ele cresceu, pois, enquanto propagava o amor o prenderam, espancaram e o ergueram numa cruz.
Esse alguém também me disse que mesmo crucificado e sucumbindo aos maus tratos, ele perdoou aos que o flagelaram e pediu a Deus pais que assim também o fizesse.
Esse alguém também me disse que eu tomasse como exemplo de vida, parâmetro e medida, as palavras desse menino que se tornou jovem e assim morreu pelas mãos dos homens que o ouviram falar de amor.
Esse alguém também me disse que agindo assim estarei trilhando o caminho que me levará a morada desse menino; que dessa forma eu o encontrarei esperando-me de braços abertos.
Estou tentando ir ao seu encontro com todas as minhas forças, todavia, os impróprios prazeres da vida, tentam a todo instante dissuadir-me, aparta-me do bom caminho.
Eu sempre suplico a esse menino que não me deixe só. Eu não desistirei; quero muito encontrá-lo.