Amizades Inesquecíveis - Parte II
Eu estava no meu quarto, deitado na cama e pensando na vida, quando, de repente, o celular tocou:
-Alôôô Liaaaaaanderson! –Alguém falou meio fanho do outro lado da linha.
De início, pensei que fosse um “trote” ou algo parecido, mas depois, reconheci a voz e a pessoa a quem ela pertencia: Gerciane, uma amiga muito especial! Ela havia telefonado para falar sobre um trabalho da escola, mas, como sempre, eu deixava a seriedade de lado e fazia brincadeiras com tudo o que ela dizia. Desliguei. Após alguns minutos, chegou uma mensagem dela no meu celular:
“Tu tá lendo essa mensagem é?”
Puts! Uma pergunta bem ao nosso estilo “idiotês” de ser. Sorri. Curioso, fui procurar mais mensagens que Gerciane havia mandando para mim e encontrei uma que dizia:
“Que a nossa amizade dure por muito & muito tempo. E nunca se esqueça de que você é muito especial para mim.”
Fiquei emocionado. Sem perceber, eu relembrava de algumas coisas divertidas que aconteceram: as dezenas de fotos “estranhas” que tiramos; lembrei-me dos momentos em que nós sorrimos por razões bobas; dela cantando com a sua voz “linda”; do dia em que ela me ofereceu uma carona e eu não queria colocar o capacete para não ficar feio. Enfim, eu me lembrei de “sorrisos”, seja na escola, na rua ou em viagens, a imagem de “sorrisos” era o que sempre vinha na minha cabeça.
Contudo, lembrei-me também de que houve um dia em que eu precisei de um ombro amigo para chorar, de alguém para desabafar, para não me sentir sozinho. E ela estava lá. Ouviu tudo o que eu tinha a dizer, tentou fazer eu me sentir melhor e até conseguiu me fazer sorrir. Eu nem precisava de tanto, saber que alguém se importava comigo era o suficiente.
Gerciane havia se tornado, assim como meus outros amigos, uma peça fundamental desse quebra-cabeça que é a vida. Veio a ser responsável por parte da minha felicidade, pela vontade de levantar todo dia cedo e correr para a escola só para ver aqueles rostos que me faziam sorrir do nada. Tornou-se um dos pontos dos meus pedidos antes de dormir, nos quais eu me lembrava dos meus amigos, fechava os olhos, respirava fundo e suplicava: “Deus, proteja-os, por favor!”.
(Amizades Inesquecíveis - Gerciane Maria - Parte II)