Nacos de prazer.
Falar do amor despalavrando os sentimentos é punk,
é como se dessemeássemos os pomares que escondemos nos confins dos nossos mais escamoteados desejos,
aqueles que temos até medo de sentir, de parir, de rir,
sabe?...
Falar do amor com a calma de um serial killer em plena ação,
desparafusando cada membro de Deus até todos se espatifarem no chão,
um a um.
Falar do amor feito inseto à cata do seu quinhão de comida, do seu teco de fé, do seu naco de prazer,
como se isso fosse pouco, fosse muito, fosse tudo.
Falar do amor com a calidez mongeana dos santos encabulados,
se isso não fosse legado, que seja expurgado junto com todo lixo que cuspimos sem razão, sem noção, sem tesão.
Falar do amor com os desafinos e desatinos que só os destinos podem envergar,
e nessa ânsia cabisbaixa se ver desnudo, desmatado, morto até.
Falar do amor mesmo que nessa valsa não caibam mais nada além de nós.
Assim, fadigado e viscerado nas escamas áridas da sua paixão,
vou me catando e me castrando como um crápula que tinha tudo pra te fazer feliz,
e fiz. Como fiz.
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