Sonhos nem pra sonhar.

Um casamento esgota seu fôlego quando os dois se esgotam um do outro. Tudo vira marasmo, o cheiro do parceiro cheira insosso, não aninha mais, não enerva mais, não faisca mais. Um casamento empaca quando as cordas do violão ficam bambas, nem desafinam mais. Um casamento coalha quando o que foi saudade vira encargo, o que foi prazer vira nada. Um casamento atrofia quando fogem as razões, os cuidados, tudo virá tentáculo atroz, arenoso e frio. Um casamento desanda quando a casa cheira mofo, a comida faz mal e o tempo, ora o tempo, fica rouco, não rega mais, nem rosna mais. Um casamento derradeira quando reconhece-se o fracasso dos sonhos e nesses sonhos não há mais espaço pra nada, nem pra sonhar.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 26/12/2012
Reeditado em 26/12/2012
Código do texto: T4053481
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