Ops, não comemoro o natal

O natal este ano chegou tão depressa que nem me dei conta. Talvez porque eu não o tenha esperado. Porém, quando dei por mim, ele já estava a todo o vapor. E não podia ser para menos, afinal, trata-se de uma data importante em vários sentidos: para os cristãos marca o nascimento de seu profeta-mor, para muitos cristãos e não cristãos é quando reunimos a família - para alguns a única data onde isso é possível -, e para os comerciantes é o mais lucrativo feriado.

E tudo, desde as últimas duas semanas, tem girado em torno deste mutante espírito natalino, que ora se manifesta em orações apaixonadas ao Cristo, ora em ansiedade e preparativos para estar junto da família, ora em propagandas abusivas tirando todo o proveito possível e ora em tudo isso junto.

Mas nenhuma face desse espírito me convence. E o natal passa a ser, para mim, mais uma moda que me recuso a seguir. Só que nadar contra uma maré tão forte não é nada fácil.

Então, apesar de saber que Dionísio (Grécia) e outros deuses, "coincidentemente", aniversariam no 25º dia do 12º mês do ano, e saber que quando o Cristianismo foi posto como religião oficial da Roma Antiga podem ter ocorrido diversas alterações - como a data do nascimento de Cristo, por exemplo - devido ao choque da mudança, já que os gregos eram originalmente pagãos. E de saber, também, que o capitalismo explora essa data para ziplicar seu lucro. Apesar de saber todas essas coisas, e, por causa delas, ter decido não celebrar essa data montada de acordo com os interesses de terceiros, não faço bico nem discurso quando me desejam um "Feliz Natal", em vez disso, contenho um "ops, não comemoro o natal", abro um sorriso e digo "obrigada, tenha um ótimo natal você também".