Amizades Inesquecíveis - Parte I

Numa manhã de aula normal, o corredor da escola estava lotado -como era de costume- e, no meio daquela multidão, alguém gritou meu nome. Era uma voz familiar, que ecoava de forma alegre e vibrante e que se sobressaía dentre as tantas outras vozes que se escutava no local. A dona daquele som gracioso se aproximava exaltada:

-Li, me carrega nas tuas costas!

Ellen, uma das minhas grandes amigas, sempre tão louca, lesada e brincalhona, parecia uma criança, na maioria das vezes, mas era isso o que a tornava única e especial.

Como ela havia pedido, eu a coloquei nas minhas costas e saí correndo. Não era uma imagem muito “legal”: eu, todo desengonçado, muito magro e com a calça folgada; e ela, toda desajeitada, quase caindo porque eu não conseguia segurá-la com firmeza. Mas, apesar do mico, aquilo foi divertido, assim como tudo o que acontece quando estamos com os nossos amigos.

Após a aula, nós (Ellen, eu e outras pessoas muito importantes, as quais eu não vou entrar em detalhes porque essa história não é delas) resolvemos ir ao supermercado, comprar essas “porcarias” que a maioria dos adolescentes gosta de comer e, naquele ambiente diversificado, aconteceu a cerimônia de casamento mais linda de todos os tempos: Ellen, vestida com o uniforme da escola e com a mochila nas costas, segurava seu buquê exótico, feito com folhas de alface, que foi pego emprestado do próprio estabelecimento; e eu, segurando um lindo anel, pousava para as câmeras do supermercado que filmavam a cerimônia e para as câmeras dos “paparazzi” que fotografavam aquele momento tão especial.

Depois, bem, cada um se despediu e seguiu seu caminho para casa.

Momentos como esses eram comuns, todo dia havia algo novo: uma piada nova, um sorriso novo, uma brincadeira nova e, até mesmo, uma “pessoa” nova, porque nós crescíamos juntos, inventando e reinventando, vivendo situações que, infelizmente, no futuro, possam não se repetir e que vão ficar apenas na memória e no coração, assim como a amizade linda que nós construímos em tão pouco tempo de convivência, porque assim é a amizade verdadeira: os responsáveis pela sua existência podem até dizer “adeus”, ou “até logo”, mas esse sentimento nunca some ou evapora, ele permanece lá, unindo, direta ou indiretamente, as pessoas que o fizeram surgir.

(Amizades Inesquecíveis - Ellen Kerolaine - Parte I)

Lianderson Ferreira
Enviado por Lianderson Ferreira em 25/12/2012
Reeditado em 09/01/2014
Código do texto: T4052319
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.