O dia da mulher

Quando jovem me ensinaram que o sexo frágil era o feminino. Mas com o passar dos tempos descobri - e tive a clareza - de que o mais fraco é o masculino, pois a última palavra nunca foi ou será a nossa. Por exemplo: quem não sabe que a abelha-rainha escolhe entre milhões de zangões o seu predileto: que é sempre o mais forte o mais corajoso, o que sabe de antemão que vai morrer por uma causa nobre.

As mulheres nessas últimas décadas estão brigando por uma igualdade sem propósito. Para elas os homens são todos uns “galinhas”, por isso profetizam que a relação estável com um único homem está com os dias contados. Esta hipótese pode vir a ser, muito em breve, uma grande verdade, mas é importante lembrar que, se existem homens “galinha” é porque, em contrapartida, existem as mulheres “galo”, as que querem ter os mesmos “direitos” dos homens.

Afirmar que o homem é um traidor por excelência é, no mínimo, uma falácia contra o gênero, ninguém trai o outro. A traição é algo pessoal e intransferível, na maioria das vezes o “outro” nem fica sabendo o que acontece entre outras paredes. Esses desvios de conduta sempre existiram de parte a parte. Mas é preciso dizer que o “sim ou o não” sempre coube a mulher.

Depois que inventaram o beijo técnico nada mais me assusta. Os artistas atingiram um grau de aperfeiçoamento de dar inveja até em quem já morreu. Todos são atores exímios, não existe entre eles qualquer problema de ordem técnica ou sentimental.

Para mim, os relacionamentos amorosos deveriam ser visto sob dois enfoques diferentes: o antes e o depois de Vinícius de Moraes declamar: “que seja eterno, enquanto dure...”. Não foi para que as pessoas se separassem sem mais nem menos que ele disse isto. Os casais estão se despedaçando por problemas banais e fúteis, como se nada pudesse ser resolvido com uma boa conversa. Hoje o que está prevalecendo é o momento presente é a facilidade de se experimentar o “novo” todos os dias. Parece que acordamos para uma outra realidade - até então obscura. É importante observar que Vinícius nos disse que o amor deve ser eterno. Só que “ser eterno” exige renovação e transformação, sem jamais aceitar a acomodação, que é para mim, um pecado mortal. Se essas premissas não forem aceitas, o amor jamais será eterno. A vida compartilhada sempre foi e será complicada para quem quer que seja. Ninguém entra impune em uma relação amorosa.

Tempos atrás a união entre homens e mulheres exigia etapas que eram cumpridas pelos casais. Inicialmente existia o namoro, depois o noivado e por fim, o casamento. Estas etapas permitiam a construção e a solidificação das bases familiares. Naquela época diziam os meus avós: “quem muito muda, não cria raiz”.

Nesse dia tão significativo gostaria de lembrar uma frase: “na natureza nada se perde, tudo se transforma”. O amor exige essa transformação constantemente.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 08/03/2007
Reeditado em 09/10/2017
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