ATANARAM – ORA NÃO VEM SENHOR JESUS
Não sei se você é cristão entre os tipos de cristianismo disponíveis, mas digamos que seja, e daí concordemos que você crê na segunda volta de Jesus. OK, continuemos. Admitindo que você e eu sejamos bons cristãos, ainda não sei qual a sua interpretação sobre a volta de Jesus, mas como você também não sabe qual é a minha proponho que trabalhemos a hipótese que Jesus virá brevemente, em grande glória, visível, e que esse dia, que ninguém sabe quando, será o grande momento da separação dos que vão para o céu e dos que vão para o inferno, e nessa ocasião não haverá mais chance de mudar de lado. Partamos também do princípio que você crê no céu e no inferno nos modelos tradicionais católicos ou evangélicos, combinado? Então vamos pensar um pouco sobre os desdobramentos dessa interpretação:
Obviamente que eu e você já estamos salvos, pois somos bons cristãos, como acordamos no inicio, daí eu fico apavorado com o que vai acontecer com os ditos “não salvos” pelos padrões evangélicos e católicos, onde se inclui certamente muita gente que amo. Como posso pensar nesse dia como algo bom? Saber que pessoas que estimo, que admiro, que amo de paixão, irão para o inferno e eu no bem-bom do céu? Posso ficar tranquilo? Não consigo. Não que eu queira ir para o inferno com eles, mas queria que eles fossem para o céu comigo. Alegrar-me por que me dei bem na minoria dos cristãos eleitos e que a maioria vai para o inferno não me parece nada cristão. Fico engasgado quando ouço os cristãos clamando “Maranata – ora vem Senhor Jesus”, implorando que esse dia chegue logo. Eu fico dizendo: “Demora Jesus, não volta logo, por favor, dá um tempo, espera mais um pouco ou fica por ai mesmo”. Sei lá o que poderia dizer, mas se existe inferno, não quero que nem meus inimigos fiquem lá eternamente.
Se soubesse que Jesus voltaria amanhã, hoje mesmo pediria uma audiência com Ele e tentaria convencê-Lo esperar um pouco mais, talvez uns séculos ou milênios, quiçá. Iria persuadi-lo de que esse mundo ainda vale a pena. Que nós, humanos, assumiríamos a responsabilidade de transformar esse mundo numa espécie de céu. Pediria que nos desse mais um voto de confiança. Que acreditasse que nós seriamos capazes de sermos boa gente, de transformar a sociedade, de promover a justiça, a paz e o amor. Insistiria com Ele até convencê-Lo. Seria o primeiro a me comprometer com os valores do Seu Reino, de viver e pregar o amor. Garantiria que construiríamos uma civilização global amorosa e justa, sem discriminação, sem violência e sem fome. Que cuidaríamos do planeta, que nos amaríamos respeitosamente. Choraria aos seus pés até que Ele aceitasse a minha proposta.
Entretanto, se o implacável Deus dos evangélicos e católicos não aceitasse a minha sincera proposta, voltaria meus olhos para a Terra. Tentaria juntar todos os povos, raças, tribos e nações. Todos os crentes e não crentes, todos os ditos salvos e não salvos, de todos os credos e proporia greve geral. Apelaria para que quando víssemos Jesus voltar para buscar os salvos, que nos déssemos as mãos, unindo todos os continentes, e toda humanidade, compungida, com lágrimas e soluços, de mãos dadas responderia uníssona: OU SOBE TODO MUNDO OU NÂO SOBE NINGUÉM!