PROFANATAL
Há Natais e natais. Há Pessoas e pessoas, e bastam como exemplos estes dois entre outros tíbios jargões filosofantes. Mas são deles que partem conclusões dos mais incomuns silogismos. Premissa maior, premissa menor, vem dentre os seres vivos os que se dizem humanos. Só não há entre estes o perfeito, embora muitos se julguem humanamente corretos e espiritualmente divinos. Contraditórios, tangenciam a perfeição à distancia do Perfeito.
“Mas, quando vier o Perfeito, desaparecerá o imperfeito (I Cor 13,10). Enquanto isso, haverá muitos Natais para que muitos natalinos não lhes deem trégua. Tudo vem num mesmo embrulho com palavras persuasivas de humana sabedoria, afagando ou alfinetando a quem interessa.
“Quantas palavras duras em voz mansa te golpearam!” (Drummond). É a postura do suposto crédulo que, do alto da sua espiritualidade ao outro repele e escarnece. Cada qual, em si, a dar-se conta do excesso oposto e a dizer o que o outro deve fazer.
“Não. Não vou por ai! Só vou por onde me levam os meus próprios passos. Se ao que busco saber nenhum de vós responde, por que me repetis: vem por aqui? (José Régio)
Como pode alguém dizer-se cristão só vendo erro no outro? Este é o maior contrassenso do julgador que vê o mundo abaixo do seu púlpito.
“Que coisa é a conversão de uma alma senão entrar um homem dentro de si e ver-se a si mesmo? (Pe Antônio Vieira, Sermão da Sexagésima).
Que saibam disso todos, especialmente quem se predispõe a seguir-me os passos, parodiar o que escrevo segundo a vilania das suas conclusões e a hedionda faceta da pseudo-espiritualidade. Quem é reto não julga. Quem ao outro menospreza iguala-se a ele.
Dito isto a uma, a outra também o faço: crendo ou não, cada qual carrega consigo o próprio fardo; cada qual traz nos ombros um pedaço da Cruz de Cristo, e cada qual, em sua trajetória de vida, tem uma ou várias “pedras no meio do caminho” (Drummond). Uns mais, outros menos, ninguém disso está incólume, pois quem só vê a pedra do outro há muito se tornou uma rocha petrificada em seus recalques. Que tenham todos um verdadeiro Natal. Se não, elas, solitárias e infelizes, às claras, se distrairão na tediosa madrugada lendo e se inspirando em mais um dos meus textos.
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Há Natais e natais. Há Pessoas e pessoas, e bastam como exemplos estes dois entre outros tíbios jargões filosofantes. Mas são deles que partem conclusões dos mais incomuns silogismos. Premissa maior, premissa menor, vem dentre os seres vivos os que se dizem humanos. Só não há entre estes o perfeito, embora muitos se julguem humanamente corretos e espiritualmente divinos. Contraditórios, tangenciam a perfeição à distancia do Perfeito.
“Mas, quando vier o Perfeito, desaparecerá o imperfeito (I Cor 13,10). Enquanto isso, haverá muitos Natais para que muitos natalinos não lhes deem trégua. Tudo vem num mesmo embrulho com palavras persuasivas de humana sabedoria, afagando ou alfinetando a quem interessa.
“Quantas palavras duras em voz mansa te golpearam!” (Drummond). É a postura do suposto crédulo que, do alto da sua espiritualidade ao outro repele e escarnece. Cada qual, em si, a dar-se conta do excesso oposto e a dizer o que o outro deve fazer.
“Não. Não vou por ai! Só vou por onde me levam os meus próprios passos. Se ao que busco saber nenhum de vós responde, por que me repetis: vem por aqui? (José Régio)
Como pode alguém dizer-se cristão só vendo erro no outro? Este é o maior contrassenso do julgador que vê o mundo abaixo do seu púlpito.
“Que coisa é a conversão de uma alma senão entrar um homem dentro de si e ver-se a si mesmo? (Pe Antônio Vieira, Sermão da Sexagésima).
Que saibam disso todos, especialmente quem se predispõe a seguir-me os passos, parodiar o que escrevo segundo a vilania das suas conclusões e a hedionda faceta da pseudo-espiritualidade. Quem é reto não julga. Quem ao outro menospreza iguala-se a ele.
Dito isto a uma, a outra também o faço: crendo ou não, cada qual carrega consigo o próprio fardo; cada qual traz nos ombros um pedaço da Cruz de Cristo, e cada qual, em sua trajetória de vida, tem uma ou várias “pedras no meio do caminho” (Drummond). Uns mais, outros menos, ninguém disso está incólume, pois quem só vê a pedra do outro há muito se tornou uma rocha petrificada em seus recalques. Que tenham todos um verdadeiro Natal. Se não, elas, solitárias e infelizes, às claras, se distrairão na tediosa madrugada lendo e se inspirando em mais um dos meus textos.
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