quem é ele

Sentado como de costume à margem da rua, está aquele ancião, sempre no mesmo lugar. Parece até cadeira cativa, aquele pedaço de meio fio como que repousando servindo-lhe de banquinho acomodando-o todos os fins de tarde.

Barbas compridas e branca, cabelos idem. denunciam com certeza sua experiencia de vida. Carrega sempre no canto esquerdo da boca um cigarro de palha, apagado. O gesto de tê-lo pressionado entre os dentes parece dar-lhe o prazer de o estar fumando.

A criançada que brinca no parquinho em frente o venera, carinhosamente o chama de vovô.

Da sacada da minha janela, a dias não o vejo. Sinto falta dos seus gestos, dos passos parcos, movimentos lentos e cadenciados. Ora, porque me pego pensando intensamente n'aquele ancião que se quer sei o nome. Quem seria aquele senhor que as crianças chamam de vovô, e, que poderia ser João, Paulo, miguel, Pedro ou outro nome qualquer?.

Meu pensamento voa pelas tardes que presenciei aquela figura caricata inquieta n'aquele assento, aquele homem carismático desapareceu. Será que mudou-se, estaria ele doente ou teria morrido.

Nesse momento abateu-se sobre mim uma gama de conflitos, interrogações e frustração. Porque eu o vendo ali sentado todos os dias

nunca tive a iniciativa de procurá-lo, saber seu nome, manter um contato mais próximo?.

Bom, vou esperar que apareça para quem sabe fazermos até amizade.

Depois de minutos em devaneios coordeno novamente os pensamentos volto a realidade e me pergunto; será que ainda há tempo? ou já seria muito tarde para obter respostas e praticar atos mais condescendentes com a minha condição de ser humano.

sulle
Enviado por sulle em 21/12/2012
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