O Sertão é sobrevivente, e a fama não conhece a fome

As reservas de água são poucas e a semente acabou.

A chuva não vem e o Sertão secou.

Raiz e folha verde não ficam na plantação.

O sertanejo finge que vive, nem sabe se sobrevive.

São cenográficos e sobreviventes apenas os costumes,

E do político, o povo fica desconfiado.

O gado está morrendo e gente sofrendo e comprando fiado.

Tão belo é o agreste e longe demais das capitais

Porém, é melhor ficar na quietude campestre

Enquanto o ruim é só um disfarce

Já que o luxo da burguesia nem faz questão de andar por lá.

No Sertão das precisões é sempre assim;

Difícil, exuberante, histórico, quente e eloquente.

Uma região como qualquer outra eleita por Deus.

Mas são controláveis os mantimentos do agro racionável que se come.

No entanto, a riqueza nem lembra que a pobreza tem nome.

Assim, o mundo tem o ego consumindo a alma

E a fama não conhece a fome.

George Lemos
Enviado por George Lemos em 21/12/2012
Reeditado em 13/06/2014
Código do texto: T4046305
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