O Sertão é sobrevivente, e a fama não conhece a fome
As reservas de água são poucas e a semente acabou.
A chuva não vem e o Sertão secou.
Raiz e folha verde não ficam na plantação.
O sertanejo finge que vive, nem sabe se sobrevive.
São cenográficos e sobreviventes apenas os costumes,
E do político, o povo fica desconfiado.
O gado está morrendo e gente sofrendo e comprando fiado.
Tão belo é o agreste e longe demais das capitais
Porém, é melhor ficar na quietude campestre
Enquanto o ruim é só um disfarce
Já que o luxo da burguesia nem faz questão de andar por lá.
No Sertão das precisões é sempre assim;
Difícil, exuberante, histórico, quente e eloquente.
Uma região como qualquer outra eleita por Deus.
Mas são controláveis os mantimentos do agro racionável que se come.
No entanto, a riqueza nem lembra que a pobreza tem nome.
Assim, o mundo tem o ego consumindo a alma
E a fama não conhece a fome.