TEORIA DAS CAVEIRAS
Ao conjunto dos ossos da face e do crânio totalmente descobertos, lisos e sem carne, chamamos de caveira. Símbolo e sinal de morte, de perigo, de violência, de piratas e até mesmo de religiões anticristãs, é de dar medo. Difícil imaginar a nossa própria caveira. Já pensou nisso? Que bonitinhas devem ser as nossas caveirinhas. Não é privilégio de quem já morreu, quem tá vivo também tem caveira. Eu você, as lindas atrizes, os ricos, os pobres, os governantes, todo mundo tem caveira. Somos caveiras vivas cobertas de carne. Os artistas de cinema são caveiras, o padeiro da esquina é uma caveira, os jogadores do seu time são todos caveiras. Você só não percebe por causa das carnes que as envolve. Certo que tem umas cobertas mais caprichadas que outras. Alguns foram mais esmerados no acabamento, mas não se deixe enganar, por trás da cútis todos têm uma assombrosa caveira .
Impressionante como todas as caveiras são iguais. Tirou a carne todo mundo fica igual. Quando vejo um punhado de caveiras nunca sei se pertenciam a brancos, pardos, negros, amarelos, baixinhos, altos, rico ou pobre. Não sei mesmo se eram jovens, adultos, homens ou mulheres, nem qual eram suas profissões e seus patrimônios. Talvez um especialista conheça, programas de computador podem até reconstituir e se aproximar das formas originais, mas a maioria das pessoas também não conseguiria distinguir. Então vamos falar a linguagem do povo simples: todas as caveiras são iguais.
E essa á a beleza reversa desse símbolo espectro. A beleza das caveiras está na descoberta que somos todos iguais na essência, no âmago, do lado de dentro, onde reside o valor intrínseco. Ao olhar para as multidões nas ruas vejo caveiras andando, belas caveiras de igual valor. Ao olhar no espelho vejo uma caveira. Uma caveira bonita, vistosa, com dois grandes furos pretos no lugar onde tinham os olhos e uma bocarra sem lábios despontando um sorriso eterno. Toda caveira está sorrindo. Lindas caveiras, onde todo mundo é igual.
Reverenciemos nossos semelhantes pois somos semelhantes por fora, no intimo somos a mesma coisa.