PERGUNTAS DIFÍCEIS, RESPOSTAS MAIS AINDA
Havia dois homens no recinto. Taciturnos, entreolhavam-se e seus neurônios rodopiavam a infinitas RPM a mais que seus olhos. Concentrados, não perdiam o foco. Pareciam irmãos, não eram? Acho que sim. Estavam ali há vinte e quatro horas ininterruptamente. Nenhum abria mão da sua atividade, da sua missão. Eles eram magrinhos, usavam paletó e tinham cara de inteligentes, do tipo que não dava coragem de fazer-lhes qualquer pergunta. Qualquer pergunta me faria sentir um idiota diante daqueles símbolos da sabedoria.
Eis o grande enigma: Um deles passou o dia inteiro fazendo nada e o outro nada fez o dia inteiro. Duas grandes perguntas engalfinham-se incomodamente à minha memória:
Primeiro: se um passou o dia inteiro fazendo nada e o outro nada fez o dia inteiro, no final, qual a diferença entre eles? Na balança, que resultado pesaria mais? Responda-me, por favor.
A segunda pergunta me intriga assaz: qual a profissão deles? Penso que um era filósofo, será? Qual? Mas e o outro? Talvez Teólogo? Não, não podem ser. Ah, meu Deus, estou para ficar louco. Ajude-me, eu imploro pelo amor da catrevage.