O SER SUPREMO

O SER SUPREMO

19/12/12

Acabou o mensalão! Que nada acabou aquele mensalão, o mensalão do PT. Outros existiram e existirão. Mas este já foi. Se haverá prisão ou não, se o regime será fechado ou semiaberto, se haverá direito a banho de cachoeira, visitas íntimas de Rosemarys e que tais, isto são outros 500. Acompanhei o julgamento sempre que pude como espectador da TV JUSTIÇA, me revoltei com dois ou três juízes, tive orgulho de outros três ou quatro, achei outros extremamente ponderados e por vezes até alheios ou ausentes. Comecei a acompanhar quando eram onze juízes e até agora quando restaram nove, esperando pela continuidade do mundo(21/12/12) e por poder ver novamente o colegiado completo, para ver para onde penderá o fiel da balança. Às vezes chego a concluir que justiça é algo temporal. Hoje quem julga já foi julgado há bem pouco tempo, senão de forma direta, mas como indicados daqueles que hoje são poder e anteriormente, há poucas décadas, eram inimigos do rei.

Tenho um temor que se agrava com o passar do tempo. Temo por coisas que já vi acontecer por várias vezes na minha vida profissional que é quando um excelente “técnico” é transformado em “chefe” e aí se perde o técnico e não se tem o chefe. O herói do mensalão, aquele que contra tudo e todos se mostrou acima dos limites físicos para de forma exemplar punir aqueles que usurparam do poder, começa a dar mostras de que não terá limites no uso do poder. O que são leis? Simplesmente um manual composto por normas de conduta. Em nome delas, das leis, já se matou na fogueira, na forca, na guilhotina, no paredão, em fornos e continua se matando na cadeira elétrica, com injeção e de outras formas. As normas de conduta determinam poderes, mas como usá-los é questão do bom senso de quem os tem. Daquele que julga ou daquele que lidera se espera antes de tudo, ponderação, tranquilidade, conciliação, saber ouvir, falar menos, falar baixo para que todos o ouçam, ser prudente e, sobretudo, inteligente. Saber respeitar usos e costumes e, caso os julgue indevidos ou descabidos, lembrar que é preciso tempo e jeito para alterá-los, se o fizer pela força ou pelo poder, fatalmente criará cisões, confrontos e os indiferentes poderão virar opositores.

Não cair nas esparrelas ou provocações dos que são livres de pudores como a ética e a moral, é outro requisito de quem lidera.

Espero e desejo que ao coordenador dos que são os guardiões da nossa carta magna cheguem os fluídos como os que advêm da babosa, planta de origem africana, de rude aspecto, usada nas queimaduras, pois tiram as dores e acalmam.

Geraldo Cerqueira