Casa.
Você um dia decidiu partir. Disse que não dava mais para continuar, pegou suas coisas e acabou deixando a saudade aqui.
A saudade continua intacta aqui. Não vejo a hora de você passar para pega-la. Será que você também está com saudades minha? Não vejo motivos para ter pego a mesma.
A saudade da trabalho, querida. Ela não me deixa sair de casa direito, fica o dia todo fazendo questão de me lembrar de ti. Você a deixou espalhada pela casa toda. A bagunça tá enorme. Quando vem limpar?
Não consigo arrumar a casa. Os dias passam e continua do mesmo jeito.
Antes eu pensava que fazia parte do amor sofrer, que a dor e o amor eram semelhantes, eram primos, sempre andavam próximos. Quando percebi que isso não passava de uma asneira, quando parei de me iludir e percebi que o amor é para fazer bem e não mal, você apareceu com aquele sorriso amarelo na cara, como se nada tivesse acontecido.
A casa estava quase completamente arrumada, tinha posto quase tudo no lugar. Chegou você e tudo virou uma zona novamente. Nada mais estava em seu lugar.
E quando estava me acostumando com a desordem, você foi embora, sem mais nem menos. A saudade que demorei tanto pra recolher e acabar com ela, estava espalhada pela casa de novo.