NATAL
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Dizem que o melhor da festa é esperar por ela. Uma criança nasce de repente, mas a preparação começa meses antes. Aliás, existe uma expressão curiosa para dizer que uma mulher está grávida: ela está de esperanças. Espera, na verdade, tem a mesma raiz de esperança. Mas taí uma diferença, e que é a seguinte: a espera pode ser com emoção ou sem emoção. Pode-se até esperar em vão. Já a esperança consiste em levantar as paredes na certeza de que a casa ficará pronta. Esperança assentada na fé, como alicerce, e coberta com o amor, como se esse fora o telhado da casa. Na linguagem de S. Paulo, tudo concorrendo para o bem. E quem disse isso se considerava uma pessoa centrada, que corria sabendo para quê e para onde. Mas, ao mesmo tempo, receava que, tendo pregado aos outros, viesse, ele próprio, a ser infiel.
Para muitos, Jesus é o Messias. Um advento que se deu depois de longa expectativa, na plenitude dos tempos, quando então se cumpriram as profecias. Longa espera, com relação a nós. Para Deus... o parâmetro deve ser outro, não o tempo mas a eternidade. E o que é a eternidade? “Há, porém, uma coisa, caríssimos, que não deveis ignorar: um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia”, advertiu Pedro. Mil anos de história como um só dia! Difícil entender essa linguagem transcendente, enviesada, metafórica, o tal de escrever certo por linhas tortas. No mesmo tom a linguagem buarquiana, de Chico: “não se afobe não, que nada é pra já. O amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta-restante, milênios, milênios, no ar”.
O Natal chegou. Mais um Natal. Outros natais virão. Mais uma vez a esperança se transformará em expectativa, a expectativa em chuva de rosas. Chuva de rosas sobre o mundo. Grande mensagem natalina: uma chuva de rosas... Sobretudo quando aviões de guerra semeiam a morte. Para você, então, e sua família, e para todo o mundo: feliz Natal, com uma chuva de rosas!