DIÓGENES GASPARINI

Fiquei sabendo, dia desses, que a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, por iniciativa de um vereador, passou a se chamar Prof. Diógenes Gasparini. Lei aprovada pela Câmara Municipal do Município.

Tenho significativa afeição pela citada escola de direito, uma vez que, por volta da metade do ano de 1964, para lá fui deslocado da Prefeitura, pelo então Prefeito Hygino Baptista de Lima. Eu e o colega advogado Roberto Teixeira. Portanto, me considero um de seus fundadores. Em 1965, fizemos o primeiro vestibular. Convivi, pois com o primeiro Diretor, Dr. Paulo Teixeira de Camargo, seu Vice-Diretor, Dr. Jamil Mattar, e outros brilhantes professores, do excelente corpo docente que compunha a Congregação da Faculdade. Em 1966, voltei para a Prefeitura, ano em que me formei na Faculdade Católica de Direito de Santos.

Uma década depois, já procurador da Municipalidade, junto com os colegas Dr. Nilo Rizzo, Dr. Humberto Pego Marques, e outros, inclusive o então Prefeito Geraldo Faria Rodrigues, frequentamos o curso de especialização em Direito Administrativo na PUC de São Paulo. Diógenes Gasparini, também fez o curso, e se entusiasmou pela carreira, prosseguindo com o mestrado e, posteriormente, o doutorado.

Tornou-se um brilhante professor, inclusive com livros publicados.

Além disso, nesse período de convivência com o Dr. Gasparini, nosso relacionamento se acentuou, tornando-nos, pois, bons amigos. Mesmo à distância, acompanhava sua trajetória brilhante, como professor, como jurista, e nas vezes em que necessitei de defender determinada posição, sobre determinado assunto, recorrendo-me aos seus ensinamentos, sempre obtive excelentes performances.

Dito isso tudo, entendo estar bem demonstrado que sempre admirei o Dr. Diógenes Gasparini, com todos os seus méritos, tendo ficado demasiadamente chocado, quando soube de sua morte. Aliás, prematura.

Todavia, fico me perguntando: será que foi justa a denominação dada à Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo? Será que seu fundador, o ilustre Prefeito do Município, Hygino Baptista de Lima, um homem simples, filho da cidade, considerado um dos seus melhores governantes em todos os tempos, não mereceria essa distinção?

Afinal, ele que teve o tirocínio, a visão do que representaria para o Município, a existência de uma faculdade de direito. Ele, que confiou no grupo de ilustres cidadãos, até então desconhecidos, a difícil incumbência de criar uma escola séria, digna, que hoje é, sem dúvida, uma das principais academias de direito do Brasil.

Não sei, não! Cá eu tenho minhas dúvidas! Se o Legislativo de São Bernardo do Campo tivesse refletido mais ponderadamente, acredito que estaria ele na mesma incerteza em que me encontro!

Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 18/12/2012
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