ACREDITE SE QUISER – SUPERSTIÇÃO OU NÃO, ACONTEÇEU COM AQUELA ROSEIRA!!!!!!!!

O nosso jardim na casa situada à Rua Ruy Barbosa era cheio de margaridas, roseiras de várias espécies, um pé de jasmim, um pé de cabras, cujas sementes foram dadas para Bá que fez varias plantações no Centro Educacional de Santa Maria.

Havia uma situação deverasmente chata que eu odiava: As formigas de fogo! As desgraçadas só atacavam à noite, quando eu estava no melhor dos sonos. E elas tinham um gosto especial pelas folhagens das roseiras. Não havia venenos apropriados para as formigas. O que era mais espantoso, as vermelhudas saiam dos canudeiros, atravessavam toda a rua da Lagoa, passavam pelas calçadas da rua Rosa Oliveira Magalhães, adentravam a rua Ruy Barbosa, invadiam o nosso jardim e espoliavam as nossas roseiras. Dona Lindaura guardava as urinas dos urinóis dentro de litros e deixava curtindo por alguns dias misturando as urinas com pó de BHC, um veneno agrícola. Alguém havia ensinado esta receita para combater as formigas.

Quando eu estava no melhor dos sonos, dona Lindaura me acordava e munidos com os litros de urina com BHC e um funil, lá íamos nós na caça das bocas dos formigueiros e jogávamos todo o estoque do produto químico fedorento dentro de todos, mas sem nenhum efeito pois na noite seguinte, lá estava o exercito de formigas operárias novamente na captura das folhagens das roseiras. Os formigueiros chegavam a ser de muitas localidades: não de onde saiam tantas formigas mas a razão de só atacarem as nossas rosas, do nosso jardim.

Um dia, lá na loja do mercado, alguém falou para dona Lindaura que existia um tal de acemirex 100, uma espécie de isca que acabava com os formigueiros. Não havia ainda nas lojas de produtos agrícolas em Santa Maria. Dona Lindaura escreveu para tia Nilza em montes Claros, e ela mandou alguns saquinhos da temível isca. Cercamos todas as roseiras com a isca macabra ,e as formigas adoraram o novo produto, novidade para o mercado delas. Rapidamente durantes três dias que repetimos a distribuição genocida, elas levaram todos os estoques colocados à disposição delas. A partir daí, elas nunca mais apareceram.

Acompanhando as bocas dos formigueiros tivemos uma surpresa. Do lado de fora muitos cadáveres de formigas. Graças a Deus qu nunca mais tive que acordar na noite e nem usar a substância química composta de urina e BHC.

Mas a história do nosso jardim não terminou com a dizimação das vermelhudas devastadoras. Tudo começou quando Dona Ruth trouxe de São Paulo uma roseira especial, presente dado pela Futsako Sugino, uma professora colega do Nem, cujos pais eram cultivadores de flores especiais.

A roseira de enxerto tinha cinco qualidades de rosas e cada rosa tinha mais de três cores. Plantada e cultivada, a roseira se agigantou, deu vários botões e em pouco tempo , transformou-se em uma bela árvore de natal carregada de flores multicoloridas de rosa, roxo, branco e vermelho. Uma maravilha!

Segundo às instruções da Futsko Sugino, que eu conheci tempos depois, enquanto houvesse ainda um botão ou uma rosa, a roseira não poderia ser podada, e nem ter mudas tiradas dela, pois isto provocaria implicações na estrutura botânica da roseira.

Era um dia de sábado. Uma mulher de Correntina, que estava esperando o horário da partida do ônibus Badeco, bateu na nossa porta e pediu uma muda para dona Lindaura.

- Não posso tirar nenhuma muda agora se não perco a roseira.

-Uma mudinha apenas! Achei tão linda essa roseira que gostaria de ter uma para mim!

-Só depois que cair a última flor.

A mulher, com cara de poucos amigos foi para a agência de ônibus. Minutos mais tarde retornou e insistiu novamente na muda da roseira e dona Lindaura manteve -se foi inflexível: Não podia descumprir as ordens da Tisuku, errou até o nome. A mulher insistiu várias vezes recebendo a negativa pela última vez. A senhora não quer é dar a muda para mim, falou. Deu uma olhada longa e furibunda, fulminando a roseira com os olhos faiscantes, pela última vez e foi de volta para a agência e graças a Deus , finalmente embarcou no ônibus e foi-se embora.

- Que mulher, insolente e implicante! Falei que não podia tirar a muda e ela insistiu. Inda bem que o Badeco saiu levando ela para o raio que a parta! Disse dona Lindaura.

Amanheceu o domingo. Antes da escola dominical fui regar o jardim. Notei que algumas mechas de algodão começavam a forrar o caule da roseira. Não levei muito a sério o tal fato.

Na segunda quando acordei, a roseira estava de um jeito como se tivesse coberta de neve. Chamei dona Lindaura e mostrei a ela

-É pulgão, respondeu.

Rapidamente corremos para colocar BHC na roseira que já estava praticamente com as folhagens caídas no chão e todas as rosas murchas estavam se despetalando também. O pior é que os pulgões não atingiram nenhuma outra planta e nenhuma outra roseira. Só aquela. Em poucos dias ela estava transformada eu um esqueleto de galhos secos cujas pontas pareciam unhas cortantes! Como espadas afiadas! Não houve outra alternativa! Tivemos que cortá-la na esperança de brotar, mas foi inútil tal tentativa. Perdemos a roseira mais linda que foi plantada no nosso jardim à Rua Ruy Barbosa número 8 e 73.(houve mudança na numeração)

Eu não acredito muito e olhados macumbáticos. Mas segundo os especialistas, nós somos feitos de energias de todos os níveis! E quando jogamos qualquer que seja a energia em cima de alguém este alguém a capta. E os pulgões? Por que só naquela roseira, justamente depois de uma mulher insistir tanto que gostaria de ter uma muda daquela roseira, trazida de São Paulo por Tia Ruth no ônibus da Empresa Bonfinense ser praticamente dizimada pelos pulgões, ou pela ação do BHC, talvez. Não sei. Coincidência ou não aconteceu! Eu ainda não acreditei que foi do olhar invejoso daquela mulher que saíram pulgões atômicos. E você?

ACREDITE SE QUISER!!!!!!!!!!!