Jorge - um mundo velho
A mente desvairada, varrida de tudo, um ponto imaginário embutido no topo de sua coroa.Imaginem só, o rei da geladeira, agora ameaçava brincar de pega pega oscilava e oscilava no intervalo da cama, tentando lembrar o nome.
-É Jorge.
A consciência gritava com entorpecentes nas mãos e facas por debaixo da saia.
E aqueles anseios embutidos nas quatro paredes; um não se aguentar, desejo louco, pendurado na sacada querendo sair e encobrir por todas as partes.
No ponto simétrico entre o tédio e o conteúdo, Jorge procura salientar as pequenas coisas.
A sede, a novela, o desejo louco, maturo e inalcançável até mesmo pelos pés trêmulos das mulheres que enrijecem sobre seu peito, afogam-no no puro delírio, mas nunca o afogam por inteiro.Deixam sempre um resquício de fadiga, trazem à margem novamente e afogam-lhe mas sempre com espaço de desejo sempre com um espasmo na superfície.
Emergem as espumas do chão jogadas à própria sorte.
Só há a parte meio combinada nesse ínterim, a parte bem feita e mal acabada, qualquer figura se remoendo nos destroços do petróleo que o país esqueceu e deixou lá novamente jogada à própria sorte um tiro no escuro uma sombra no meio daquele mar que o corta ao meio.
Uma sombra navegando no vácuo, uma sombra navegando nos comerciais que sinalizam os automóveis e o bendito petróleo, à 1500 metros sobre seus pés.
Dentro de seu barco e toda sua covardia, se encontrava muito além, dialogando com seus preceitos, que de pouco em pouco o assumiam.
E enquanto a cidade acordava Jorge dormia por baixo dos carros, que atravessavam a sua janela.