O Sábio e os Caminhos
Quem poderá blasonar, quem poderá alardear aos quatro ventos com voz tonitruante “Eu sei a Verdade. Segue por esse caminho que ele te conduzirá à verdade.” Um sábio jamais há de empavonar-se. Somente falará sobre caminhos se algum outro andarilho o indagar, e somente dirá placidamente “Esse caminho foi o que escolhi. É uma escolha minha. Não estou indicando-te o mesmo, nem te persuadindo para que siga o mesmo. Esse caminho me levou a algumas respostas às perguntas que formulei. O caminho que escolherás dependerá das perguntas que fizeres e de quanto o teu espírito poderá assimilar, sem enredar-se em qualquer tipo de fanatismo ou deturpação do que vier a ver ou sentir.” Havia uma encruzilhada e o caminho se bifurcava várias vezes. Aturdido e desnorteado o andarilho indaga, silente, apenas com o olhar, o sábio, sentado em uma pedra. O sábio, sentindo a angústia no olhar do outro, aponta-lhe outra pedra, ao seu lado, e pede que o outro sente. “Senta, meu amigo, e te ensimesma, volta para ti mesmo, para a tua essência, e faça as perguntas que mais afligem o teu espírito, aquelas que mais pungem nele. Quando levantares dessa pedra saberá o caminho que deves seguir, doravante.”
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