Os Lados da Moeda

A visão progressivamente sensível, que tenho do mundo, não me facilita a vida. Na maioria das vezes, atrapalha, por me deixar vulnerável a tudo... Já que estou tendendo a sentir por tudo... Em todos! Este dado me inibe alguns passos. Obriga-me a viver, um pouco mais isolado. Não, por não gostar das pessoas. Ao contrário: é por gostar muito e não poder resolver todos os problemas, não poder abrir todas as cabeças, todos os corações, não poder “blindá-las”, que é de bom tom, que me mantenha afastado.

Dói demais quando vejo alguém fazendo uma besteira. Deixando escapar algo precioso. Tendendo para o lado oposto, onde as promessas proliferam, mas se materializam bem menos que as frustrações. Dói constatar como as pessoas estão enroladas no sistema, ao mesmo tempo que são ludibriadas, vergonhosamente, pelo próprio. Sentem-se todas acorrentadas, como se não mais tivessem direito algum, à própria vida. Sentem-se algemadas, mas as algemas estão abertas... O que sentem, tem nome: é condicionamento! Têm que parar pra se tocarem Têm que se olhar, pra reagirem.

Entristece-me o mecanicismo com o qual atravessam os dias. Não há criatividade que aguente. Tem que se atrofiar, por absoluta falta de uso. E quando usam, usam destrutivamente. Quadro terrível, né?! Nem tanto... Garanto, nem tanto. O absurdo vai se desnudar sozinho. Não vai demorar muito. Tudo está por um triz. Ainda bem, porque essa enganação já perdeu a graça. Não há como encará-la, sem se violentar.

Falo por mim, claro, mas sei que não sou o único. Há muita gente correndo pra natureza, por ter descoberto a fonte das informações que precisamos. O modelo a ser estudado, para depois ser adaptado à nossa condição de “humanos”.

Por outro lado, o tipo de prazer que tenho hoje... Misericórdia! Chega a dar um tiquinho de peso na consciência... De tão, absolutamente, extremo! Com direito a vários momentos de plenitude luminescente. O desejo de compartilhar essas sensações é que me faz escrever. Faz-me apurar todos os sentidos possíveis, para que possa dar minha contribuição, em retribuição a tanto encanto, tanto enlevo, que identifico através do tempo.

O final, no original:

http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/12/os-lado-da-moeda-isca.html

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 14/12/2012
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