PUTAS – um apreço.
Por Carlos Sena
Gosto muito das putas. Acho que essa história de “mulher da vida fácil” é balela. Afinal, vender o que não se tem não é fácil. Isso mesmo. As putas vendem o que não tem, porque o prazer que elas fazem os homens sentirem não seria por elas vendido se a vida lhes tivesse dado melhor sorte. Ou não! Tanto isso é verdadeiro que elas não beijam. Se “beijar se apaixonam” muitas dizem. Apaixonadas irão “dar de graça”. Se derem de graça vão viver de quê? A menos que algum homem as assuma como já aconteceu com muitas, mas isso é pra elas como que ganhar na loteria. Há inclusive casos que elas voltam pra rua e, se os seus homens não permitirem separam-se deles. Leva-nos a crer que o vício as torna dependentes, qual uma droga forte tipo cocaína.
Como se vê, esse lado delas é pouco alcançado por muitos. Puta é como alça de caixão, quem chega bota a mão. A situação piora quando o tempo passa e a idade chega. Puta velha tem pouco destino: ou será puta barata de rua para aqueles que não têm muita grana; ou será cafetina no modelo mais tradicional, ou moderna com o nome de agenciadora de menores e de maiores. Mas, puta é puta. Ou rapariga. Ou messalina. Ou rameira, quenga. Ou...
A sabedoria das putas é impressionante. Não a sabedoria dos livros, mas da vida. Às vezes fico pensando se os pais de garotos, ao invés de leva-los pra zona (ainda existe?) os levassem para conversar com elas e ouvir delas o que sabem da vida, do mundo, do certo e do errado. Há muitas que fogem essa expectativa e nada sabem. Mas, no geral, elas sabem e entendem bem de sofrimento e até de prazer. Certo que não merecem confiança na forma como costumamos falar de confiança. Mas elas são calejadas com a vida, formadas na faculdade ABRE E FECHA PERNA e alhures.
Como é natal, lembro-me de uma passagem atribuída a Dom Helder. Aconteceu em Fortaleza: uma puta, após a missa do galo celebrada pelo Dom, o procurou e fez a seguinte pergunta: “Dom Helder, eu sou prostituta e todo ano, no Natal, eu vou a um presidio e “me deito” com um preso como forma de dar um presente de natal”, o que o Senhor acha? Tua consciência já te deu essa resposta, disse o Dom, como que dizendo “Julgar o quê” e pra quê? Essa passagem eu sempre recupero nos natais, pois acho que elas, as putas, devem sofrer muito mais do que aqueles para quem a solidão se perpetua mais no natal. Na verdade essa faceta que foco nas putas é um pouco da realidade dos profissionais do sexo, sejam putas, putos ou derivados.
Por Carlos Sena
Gosto muito das putas. Acho que essa história de “mulher da vida fácil” é balela. Afinal, vender o que não se tem não é fácil. Isso mesmo. As putas vendem o que não tem, porque o prazer que elas fazem os homens sentirem não seria por elas vendido se a vida lhes tivesse dado melhor sorte. Ou não! Tanto isso é verdadeiro que elas não beijam. Se “beijar se apaixonam” muitas dizem. Apaixonadas irão “dar de graça”. Se derem de graça vão viver de quê? A menos que algum homem as assuma como já aconteceu com muitas, mas isso é pra elas como que ganhar na loteria. Há inclusive casos que elas voltam pra rua e, se os seus homens não permitirem separam-se deles. Leva-nos a crer que o vício as torna dependentes, qual uma droga forte tipo cocaína.
Como se vê, esse lado delas é pouco alcançado por muitos. Puta é como alça de caixão, quem chega bota a mão. A situação piora quando o tempo passa e a idade chega. Puta velha tem pouco destino: ou será puta barata de rua para aqueles que não têm muita grana; ou será cafetina no modelo mais tradicional, ou moderna com o nome de agenciadora de menores e de maiores. Mas, puta é puta. Ou rapariga. Ou messalina. Ou rameira, quenga. Ou...
A sabedoria das putas é impressionante. Não a sabedoria dos livros, mas da vida. Às vezes fico pensando se os pais de garotos, ao invés de leva-los pra zona (ainda existe?) os levassem para conversar com elas e ouvir delas o que sabem da vida, do mundo, do certo e do errado. Há muitas que fogem essa expectativa e nada sabem. Mas, no geral, elas sabem e entendem bem de sofrimento e até de prazer. Certo que não merecem confiança na forma como costumamos falar de confiança. Mas elas são calejadas com a vida, formadas na faculdade ABRE E FECHA PERNA e alhures.
Como é natal, lembro-me de uma passagem atribuída a Dom Helder. Aconteceu em Fortaleza: uma puta, após a missa do galo celebrada pelo Dom, o procurou e fez a seguinte pergunta: “Dom Helder, eu sou prostituta e todo ano, no Natal, eu vou a um presidio e “me deito” com um preso como forma de dar um presente de natal”, o que o Senhor acha? Tua consciência já te deu essa resposta, disse o Dom, como que dizendo “Julgar o quê” e pra quê? Essa passagem eu sempre recupero nos natais, pois acho que elas, as putas, devem sofrer muito mais do que aqueles para quem a solidão se perpetua mais no natal. Na verdade essa faceta que foco nas putas é um pouco da realidade dos profissionais do sexo, sejam putas, putos ou derivados.