Corinthianos Invadem a Terra do Sol Nascente
Japonês jamais cospe no chão. É extremamente educado de berço. Quando fumar era moda (anos 70/80), os nipônicos andavam com mini-cinzeiros nos bolsos pra não sujar as ruas. O calendário deles é composto de dois (ou três) feriados ao longo do ano porque o que é importante lá é trabalhar e não curtir os intermináveis feriados prolongados, como a maioria de nós brasileiros.
Não sei até onde tudo isso procede. Sério! Mas não tenho o menor pudor em dizer que estou aqui a escrever dados sem fontes seguras. Primeiro porque isto aqui não é um texto de cunho científico. Segundo, não sou um especialista em cultura japonesa (embora a ache riquíssima): só falo o que meu conhecimento empírico me propicia, humildemente; e, por fim, mesmo que os dados que citei não tenham exatidão alguma, eles correm por décadas à boca pequena, então acredito piamente nos frutos dessa severa educação nipônica.
O metodismo oriental é irritantemente correto. Ouso pensar que até na procriação eles seguem rígidos padrões de qualidade, pois nem diversidade genética conseguem ter. Acostumaram-se a conviver com o rigor da repetição exaustiva, da excelência em padrões, da severidade educacional, e não ligam para a falta de diferenças. Tudo é igual. Igual demais. Rigoroso demais.
Entretanto, os japoneses estão mais que corretos. Não tenho visto, pelo mundo, orientais pobres, favelas com gente de olho puxado, políticos orientais acusados de corrupção, falcatruas diversas. Uma parcela significante de toda invencionice cibernética tem - pelo menos - inspiração nipônica. Vivem sendo assolados por catástrofes como bombas nucleares, tsunamis, terremotos. Convivem secularmente com um problema geográfico quase intransponível: a falta de espaço. Possuem uma das mais altas densidades demográficas do mundo. E, ainda assim, ostentam uma posição invejável entre as nações mais ricas do mundo.
Os nisseis, sanseis e yonseis que tive algum tipo de conhecimento são, sem exceção, trabalhadores natos, inteligentes (muito, mas muito acima da nossa média provinciana), e de uma disposição fora do comum. Quantos campeões de damas você conhece que não são orientais? E de xadrez (ressalva aos russos)? São jogos que exigem puramente inteligência e raciocínio lógico. E a cultura? A culinária? Enfim...
Vou terminando por aqui, e não vou falar de futebol nem de torcedores brasileiros. Enganou-se quem supôs que eu teceria um mar de comparações entre corinthianos e japoneses e seus diferentes modos de viver a tão curta vida. E digo-lhes mais: nenhuma piada seria engraçada pra quem sobrevive às piores catástrofes militares e naturais. Esse famigerado bando de loucos – quer façam jus a esta piada ou não - jamais conseguirá fazer aquele país sofrer, podem acreditar.
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nota do Autor em 06 de Janeiro de 2013: para não ficar desconectado, este texto foi escrito durante a disputa do Campeonato Mundial de Clubes da Fifa, em Dezembro de 2012, quando a torcida paulista "invadiu" o Japão (local da disputa do torneio).