II Chá das Letras na Nobel
Sabe que hoje o Bem imprimiu para mim os textos que selecionei para o Chá das Letras, sábado, na Nobel? Imprimiu. E não é que fiquei lendo, lendo e me deu uma vontade danada de escrever outra vez? Deu. E fiquei lembrando que faz tempo que não escrevo com gosto, alguma coisa lá do fundo da alma, uma coisa assim poética, romântica, nem sei... E me veio também uma vontade doida de sentar-me, sem pressa de levantar, e conversar, conversar. Daí que fiz tudo errado ou diferente, porque fui às compras depois da ginástica, aproveitei o comércio aberto, comprei, a exemplo de Maria Irmã, muito querida minha, vidrinhos de tampas onde vou colocar meus preparadinhos para os bem chegados do coração e levar ainda neste Natal. Mas eu mesma gosto de entregar e ficar olhando o jeito que a pessoa desembrulha e desvencilha o agrado de toda a papelada arrumada pra não quebrar o vidrinho.
As minhas leituras nem sei se as farei todas(selecionei três), pois que mais amigos devem ir ao segundo Chá das Letras. E daí que dá um comichão absurdo de querer falar porque há dias em que a gente fica sozinha por tanto tempo que quando encontra quem partilha conosco sonhos e ideais parecidos, ah, é coisa tão boa que um tem que ser muito educado pra não cortar a fala do outro. Por isso é que achamos que deveríamos nos reunir mais, mas nos envolvemos tanto com afazeres iletrados que sobra só um tempinho miúdo pra fazer a roda e falar de prosa e poesia, publicações, livros, dia de lançamento de obras, autógrafos,encargos que alguns autores tiveram há pouco e estamos todos curiosos de saber como se saíram e por onde andaram.
E eu fico pensando como nesse mundo somos tão diferentes que há os que não despendem nenhum tempo pra isso de leituras e poesias, principalmente numa manhã de sábado. Mas é bem gostoso. E olhe que aprecio ver vitrines, andar pelas ruas e lojas vendo panos, vasinhos, sapatos, essas bobeirinhas que distraem quase todas as mulheres dia ou outro no comércio.Comércio, porque em cidade do porte da nossa não há grandes shoppings, que ficam para quando vamos a centros maiores.
E todo mundo dessa roda da qual falo deve estar ansioso pra que chegue o sábado das letras, não dos sapatos; não que vamos descalços, mas prestaremos muito mais atenção nas palavras do que nos pés e é só.