Amigo secreto
Hoje pensei em tecer comentários sobre coisas atípicas, normalmente esquecidas do grande público, principalmente quando vamos nos aproximando dos festejos natalinos, tais como a poesia diáfana de um luar no Deserto do Quênia, a sutil diferença entre dromedários e camelos, IPVA atrasado, dieta hipocalórica, dentre tantas outras possibilidades dialéticas, mas durante as 24 horas de cada um desses dias que vão se aproximando do "Grand Finale" o que mais tenho ouvido são comentários sobre amigo secreto ou oculto, de forma que acabei sucumbindo. Vai aí, então, uma pequena lista de sugestões para a culminância desse ato tão altruístico, tão franciscano, tão isento de atitudes demagógicas, tão, tão... Chega!
Vejamos a bendita lista:
Uma faca peixeira – vai bem no peru de Natal; - juro que pensei na marca Ginsu, famosíssima, mas ainda persiste um estigma muito forte quando falamos de facas Ginsu e perus – essa combinação dá calafrios.
Sapato com salto no bico - isso faz o agraciado sentir-se mais importante - de peito empinado;
Um trompete de vara – como despertador, não tem coisa melhor. Apenas certifique-se de que a pessoa não seja cardíaca.
Um penico de barro – além de não enferrujar... Vou pular esse!
Um jegue – garanto que, logo, logo o favorecido pensará de você o seguinte: o cara é antenado – que meio de transporte mais politicamente ecológico!
Um rolo de arame farpado – com esse mimo você estará sugerindo ao agraciado que ele potencialmente poderá vir a ser um bem sucedido fazendeiro – só faltam, para isso, o gado, a fazenda, algum conhecimento sobre febre aftosa, detalhes...
O novo CD do Roberto Carlos - duvido que de tanto ouvir o hit "Esse cara sou eu" a auto-estima do seu amigo secreto não dê um Up e ele acabe desistindo daquele suicídio duvidoso.
Ah, pra mim? Deixa ver... Pode ser um Old Parr 18 years e mais uma latinha assim de ova de esturjão do Mar Cáspio – não sou muito exigente – O importante, acima de tudo, é o espírito natalino.