Querida imigração italiana


Durante uma viagem à nostra Itália querida, resolvi prestar uma homenagem aos meus filhos e fui conhecer Gênova, de onde partiram os imigrantes italianos com destino ao nosso Brasil; dentre os quais, a família da minha alma gêmea Cássia.

Os italianos começaram a emigrar para o Brasil em 1870, principalmente entre 1880 e 1930, motivados por uma triste realidade socioeconômica no jovem país unificado, já que a emigração italiana iniciou pouco após sua unificação em 1871. Estima-se que, entre 1870 e 1970, cerca de 28 milhões de italianos emigraram; é muita gente, né?

Enquanto isso, a Itália passava pela triste sequência das guerras pela sua unificação, primeira e segunda guerras mundiais. No norte da Itália, por conta das lutas pela unificação, a presença de Garibaldi é muito forte nas ruas, na cultura e na memória dos italianos; em Gênova não é diferente, mas eles pouco sabem a respeito da nossa Anita. Após o fim destas guerras, a economia italiana se encontrava bem debilitada.

No Brasil, viviamos um cenário propício à imigração que ocorreu, com o fim recente do processo de trabalho escravo, a crescente necessidade de mão de obra e a marginalização dos negros. O imigrante italiano era considerado um dos melhores, pois era branco e católico, o que facilitaria sua aceitação na sociedade brasileira da época.

E lá fiu eu conhecer Gênova, devia isso ao lado ítalo-brasileiro da minha família. É uma cidade linda, com um centro antigo muito bem preservado e uma área moderna, com largas avenidas e gente bonita nas praias. O interesante é que, pela idade da cidade, podemos ter uma mostra de arquitetura medieval, gótica, renascentista e contemporânea num espaço de poucos metros, é história pura diante dos nossos olhos, muito legal! Segundo a italianada local, tem cerca de 600-700 mil habitantes.

O Porto Antico é realmente muito grande, o maior da Itália e muito bonito. Tudo na cidade gira em torno do porto e da universidade, uma das mais tradicionais da Itália.

Valeu muito a pena conhecer Gênova e ficar imaginando os familiares da minha Cassinha, lá esperando um navio que os levaria para um país distante, em condições desumanas, com passagem só de ida, em busca de uma vida com menos conflitos e mais oportunidades. Isso que é coragem!
Chegaram aqui, vestiram a camisa do nosso país (o avô da Cássia até pegou em armas e participou da revolução constitucionalista de 1932), sentiram-se como brasileiros, tabalharam, geraram riquezas e descendentes, todos brasileiros.

Pois é, fiz esta homenagem aos meus filhos e agora posso contar esta história de bravura com direito a fotos tiradas por mim. Fiquei muito feliz. A imortalidade de nossos entes é proporcional à capacidade das gerações seguintes em transmitir seus valores, exemplos e realizações aos seus descendentes.

Viva os Barduco, De Marchi, Sacomani e todos os bravos imigrantes italianos que tanto contribuíram com o nosso querido Brasil.
Viva a Itália!
Viva o Brasil e o nosso querido povo brasileiro!