Esfria
Estava aqui pensando que antes de qualquer nova postura, mais libertária, mais inclusiva, será preciso exorcizar toda a porcaria que a sociedade traz em sua bagagem pesadíssima de tantos preconceitos, tantas inseguranças infundadas...
Para que isso se materialize, necessitaremos de um mergulho profundo em sinceridade. Estamos, nós brasileiros, mentindo. Estamos nos fazendo passar por tolerantes e não somos. Estão aí os índices de violência contra as minorias, que não cansam de subir.
Percebo intolerância agindo de todos os lados. De professor para aluno. De aluno para professor. Entre os parceiros. Entre as sociedades. Por dentro das famílias, então, nem é bom mencionar... De hetero para homo. De homo para hetero. De branco para preto. De preto para branco. De preto para preto. De branco para branco. De rico pra pobre. De pobre pra rico. De intelectual para povão. Do povão pra o intelectual. Nenhuma religião aceita a outra. Vejam: já vem daí um péssimo exemplo. Péssimo mesmo. Há preconceito entre vizinhos, entre ruas, entre bairros, entre cidades, entre estados, entre continentes, entre países. Está certo que a crise financeira só faz agravar esta situação. Mexe com tudo, pra pior! Deixa os nervos a flor da pele. Cria inseguranças, fantasmas, medos, que desaguam em rejeição ao outro,
Então, antes de pregar qualquer união, temos que resolver nossas questões emocionais, com toda a sinceridade possível e imaginável. Principalmente, depois de três governos seguidos do partido que está no poder... Lambuzando-se! Traindo-nos de modos inimagináveis. E, ainda têm coragem de ir à tv, em pleno domingo, em um programa de apelo forçadamente popular, fazendo-se passar por bonzinhos, tentando comover em cima das minorias mais sensíveis, mais delicadas, mais sensíveis, mais sujeitas aos tais preconceitos, com os quais se depararão, já na saída do estúdio. Tentando forçar uma situação inexistente, tentando passar uma imagem improcedente de um mundo multicolorido, pacífico, tolerante e carinhoso!
Talvez tivesse sido melhor o partido, a presidente, a apresentadora, e a emissora doarem o que gastaram para fazer tal encenação, para entidades idôneas (não podem ser governamentais) que cuidem, de verdade, de excepcionais, do que iludir os pobres coitados, explorando descaradamente, em troca de índices de audiência, suas “diferenças”.
Abomino atrações programadas, especificamente, para arrancar lágrimas dos menos avisados, dos mais ingênuos.
O original no end. abaixo:
http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/12/esfria.html