"BARA, BARA, BARA... BERÊ, BERÊ, BERÊ" Crônica de: Flávio Cavalcante

BARA, BARA, BARA... BERÊ, BERÊ, BERÊ

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Meus caros escritores e amigos. Sei que vocês devem estar se perguntando o significado desse título que parece não dizer nada; mas, se trata de uma enfermidade epidêmica muito preocupante. A cada dia que passa vemos o nosso planeta cada vez mais retroagir ao invés de avançar. A escassez da educação é notória no gosto cultural da nossa juventude e Isso é um front á nossa cultura popular brasileira. Posso até dizer que se trata de uma agressão a uma classe artística e ainda digo mais. É uma bomba atômica estourada dentro dos meus ouvidos.

Em tempos de outrora existiam normas para letras de músicas. A severidade da lei gerava conflitos com os artistas que muitos foram caçados e presos por uma época de ditadura militar e por terem em suas letras teores que subtendessem a uma crítica governamental ou apologia a alguma coisa que fosse contra aos pensamentos dos poderosos.

O direito de expressão nos dias de hoje, escancarou a porta da libertinagem gerando uma falta de respeito com a cultura e com o povo. Eu não admito de forma alguma esses batidões com letras chulas e de teor pornográfico usado pelos jovens do momento. A apologia a sacanagem vai além do exagero. Ninguém respeita o nosso espaço e invade sem a devida permissão usando um som de péssima qualidade dentro de um carro numa altura que ferem aos nossos ouvidos como que fôssemos obrigados á ouvir aquelas letras de baixo calão. Quando não é esse tipo de música, surgem sem esperar, uma pobreza cultural de outra fatia do bolo. Musicas que não dizem nada com nada. Com duas letrinhas ou mesmo com junções de um conteúdo paupérrimo. BARA, BARA, BARA... BERÊ, BERÊ, BERÊ é uma dessas músicas que sito como exemplo. É notória a falta de criatividade e o lamentável é que a mídia acata esse tipo de produto nas prateleiras onde deveriam arquivar alvitres de qualidade até para incentivar a nossa juventude a absorver conteúdos produtivos para a sua vida intelectual, cultural e moral.

Eu, sinceramente, tenho pena dessa gama de jovens nos dias atuais. Nós, mais velhos assim considerados por eles, temos lembranças de um passado poético embutido em nossas mentes. Eles não têm noção do prazer que temos ao ouvir num rádio uma música que marcou uma época e teve todo um significado para a nossa vida. A minha preocupação está em que estes jovens vão se lembrar em um futuro não muito distante com essas músicas expostas em bandeja para eles? Eu culpo o sistema que deveria filtrar o que é ruim e deixar passar somente coisas aproveitáveis. Além dos compositores de alto calão poético, que vão agradecer ao respeito a eles dado.

A conclusão de tudo é que temos toda riqueza em nossas mãos e podemos sim, ter um progresso invejável diante dos outros países no planeta. Basta embutirmos na cabeça dos que estão chegando coisas que venham propiciar um bom desenvolvimento de uma cultura ainda imatura e certamente seu desenvolvimento no futuro será de progresso cultural e intelectual sem dúvida alguma.

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 09/12/2012
Código do texto: T4026950
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