BEETHOVEN ( O cão que dei embora).

Num dia qualquer de um mês qualquer, eu o dei embora...minha irmã colocou a coleira em seu pescoço, prendeu-o à uma corrente e o colocou no carro.Eu ainda o olhei uma vês mais, sorri para ele e falei como se fosse obter resposta, ou como se ele me entendesse:

-Tchau Beethoven!Vou lá te visitar, certo?

Mas eu não cumpri minha promessa.E, um dia quando minha irmã abriu o portão, Beethoven tomou a liberdade para si!saiu em desabalada carreira e virou a esquina!Quando eu soube do ocorrido, fiquei triste.Procuraram Beethoven pelas ruas do bairro, porém não o encontraram e assim se passaram dois meses.Até que um dia o telefone tocou e minha irmã deu-me a notícia;

-Encontraram Beethoven!O levaram de volta à minha casa.Quando ele me viu, deu um sorriso (abanou o rabo). Abaixei-me na altura de seus olhos e o abracei.Chorei abraçada à ele.Como ele estava magro!

Nos dois meses que ele ficou desaparecido ele deve ter passado muita fome e sede...tomado chuva, apanhado de pessoas e de cães de maior porte.

Dizem que o cão sente saudade do dono, ele deve ter sentido saudades minhas e saído à minha procura...

Prometi que não mais o abandonaria.Tentei fazer com que ele recuperasse sua saúde e voltasse a engordar, contudo não consegui.

Ficaram as lembranças::Quando eu virava a esquina de casa, já o avistava, ele sabia meus horários e ficava a minha espera. Ia à meu encontro.O corpo magro sendo "arrastado" pelas pernas trôpegas, cansadas, doentes.Conversava com ele, e descíamos juntos até em casa.Hoje penso arrependida:Deveria tê-lo tomado no colo todas as vezes em que ele fôra me encontrar, não fiz isso.Agora sinto saudades dele.

Um dia Beethoven não conseguiu sair do cantinho onde dormia, cheguei em casa sem a companhia dele.Levei água até ele, bebeu devagarinho, olhou-me triste...estava sentado.Tombou seu corpo magro para o lado e respirou profundamente...

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 09/12/2012
Reeditado em 11/02/2015
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