ESTACIONAMENTO NOS SHOPPINGS DE SALVADOR
Durval Carvalhal
O assunto carece de uma reflexão muito profunda, posto que o estacionamento está embutido no rol da qualidade da prestação de serviços. Quando o cliente vai comprar algo, vai comprar segurança, estacionamento, bom atendimento, bons produtos e facilidades outras.
Por outro lado, toda empresa, pública ou privada, precisa ter lucro para sobreviver. Lucro social na pública, cujos custos já foram pagos pela tributação que pagamos religiosamente, e lucro financeiro nas privadas para pagar custos fixos, custos variáveis e ainda lucrar.
Ocorre que nos shoppings, muita gente estaciona o carro e vai para outros lugares, até mesmo outras cidades, enquanto os “verdadeiros clientes” têm dificuldade de estacionar e não fazem suas compras naquele empreendimento. Eu mesmo, já desisti muitas vezes de fazer compra, por não encontrar estacionamento; outras vezes, eu o consegui no estacionamento privado do shopping.
Pergunta-se: é justo manter o estacionamento gratuito e perder clientes e vendas? Deve-se cobrar algo para desestimular o estacionamento oportunista? Ou, então, limitar em duas ou três horas a sua duração gratuita?
É bom lembrar que nos outros estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços, como hospitais, clínicas e supermercados, só se permite o estacionamento aos seus clientes.
Certa vez, no centro da cidade de Salvador, fui a um barzinho tomar uma gelada. O preço era três vezes mais caro do que o normal. Perguntei à gerente o porquê do preço bem alto. Ela me explicou que era para selecionar o ambiente; senão, perderia muitos fregueses. Dessa forma, com essa pedra no meio do caminho, pergunta-se: “E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu...”.