O QUE VOCÊ VAI FAZER NO DIA 21 DE DEZEMBRO DE 2012?

Muitos anos antes de Cristo nascer, viveu no sul do México, Belize, El Salvador, Guatemala... um povo danado de inteligente: os Maias. Eles eram “feras” na escrita, na matemática, nas construções, nas artes, e adoravam ficar “manjando” o tempo. Eles sabiam, por exemplo, que o ano se compunha de 365 dias, em uma época em que o homem nem sonhava em inventar os telescópios.

Bem, esse povo teria dito que esse mundo tem prazo de validade e que ela está pertinho de se expirar: 22 de dezembro de 2012. O “babado” é o seguinte: segundo eles, a cada 5.125 anos é encerrado um ciclo solar, e o último teria acontecido em 3.113 a. C. . Dessa forma, fazendo as continhas, a data acima será a dita cuja! Dizem que desta vez “o sol mudará a sua polarização, após receber um raio sincronizado com origem no centro da Galáxia”. Isso alterará o eixo de rotação da Terra, ocasionado deslocamentos das placas tectônicas, erupções vulcânicas, terremotos, maremotos, tsunamis inimagináveis... Então, o pessoal bacana que mora nas orlas vai ser o primeiro a ir para as cucuias e a reboque iremos todos nós.

É claro que pode ser tudo lorota, afinal esse povo não conseguiu ser inteligente o suficiente para prever que no dia 12 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo e mais uma porrada de espanhóis chegariam à América para darem cabo de algo que os Astecas já tinha começado há um tempinho: o extermínio da raça deles.

Mas vai que eles tinham razão? Vai que ninguém consiga ver a folhinha de 23 de dezembro de 2012? Eu, tão boazinha, vou morrer sem ter visto meus filhos se casarem, sem ter tido netinhos, sem ter publicado nem um livrinho, sem ter conhecido muitas pessoas que leem as besteiras que eu escrevo... Que pena!

Antes que todos desse planeta entrem em histeria, que nós não tenhamos tempo de nos dizer: adeus, ciao, adiós, arrivederci, goodbye, sayonara.... proponho que brinquemos, pensando sobre como aproveitaremos esse diazinhos que nos faltam.

O que você vai fazer no dia 21 de dezembro de 2012? Vai para o Shopping Vitória torrar todo o seu dinheiro de plástico ou vai gastar o seu último décimo terceiro salário da vida, prestigiando o comércio local? Nada disso? Vai preferir guardar tudo na poupança para aguentar os dias difíceis que não mais virão? Para onde você vai com seu carro Bugatti Veyron Supersport (U$ 2.6milhões)? Vai trocá-lo por um lugarzinho em alguma espaçonave que estiver prestes a decolar para Lua, Marte ou para a P.Q.P? Mas, quem vai querer cambiar?

Como esse dia será uma sexta-feira, mas a gente não sabe se o fenômeno vai acontecer desde a madrugada para o dia 22 de dezembro; como não sabemos se vai dar tempo de a gente assistir à Globo de São Paulo, mostrando os países da Oceania e as cidades brasileiras litorâneas sendo engolidas, enquanto nós enfartamos só de ver as cenas pela TV; proponho que todos programemos festas.

Sugiro que todos os seres bípedes se dirijam para as ruas. Eu disse todos! O que iriam para o céu de qualquer jeito: os honestos, os bons de coração, os abençoados, os que nem precisaram de porradas da vida para se transformar em GENTE; mas também os pestes que o capeta só mantém na Terra para infernizar as existências dos primeiros: os traficantes, os pedófilos, os que batem em mulheres, os ladrões de colarinho branco, os que juntaram muito dinheiro explorando os empregados...

Cada um de nós pode levar os alimentos e bebidas que tivermos em nossas casas para fazermos nossas últimas ceias. Os donos de lojas de fogos de artifícios podem nos ceder todos eles para os espocarmos e iluminarmos, pela última vez as nossas retinas. Os trios elétricos poderão ser ligados a todo volume, tocando diferentes gostos musicais: arrochas, axés, boleros, salsas, sambas, sertanejos, tangos... Alegria, alegria!

Ouvindo a última “sinfonia”, penso que a gente vai ter vontade de sacudir os esqueletos ou as banhas pela última vez. Quem sabe se com essa proximidade a gente não crie coragem para se abraçar calorosamente, a ponto de perceber que no peito do outro também bate um coração (Oh, frasezinha piegas!)? Talvez, só então, a gente descubra o quão idiotas nós temos sido, por séculos a fio, nos sentindo melhores que alguém.

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 07/12/2012
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