FOI VERDADE, ACONTECEU...

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É natural a gente se precaver dos malfeitores nos dias de hoje. A gente sabe pela história que a violência sempre existiu. Basta lembrar do episódio em que Caim matou Abel pra gente perceber que isso não é coisa da modernidade.

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Mas, não faz muito tempo que as pessoas sentavam na porta de suas casas jogando conversa fora com os vizinhos, não faz muito tempo que a gente podia fazer caminhada nas ruas, nas praças com total segurança. Pena que tudo isso nos é negado atualmente, porque a gente corre o risco de ser assaltado até dentro de casa, mesmo que a gente tenha cuidado de fechar as portas e se prevenir com alarmes, cerca elétrica, câmaras e outras tecnologias.

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Tem pessoas que já foram assaltadas três ou quatro vezes. Quando se trata apenas de subtração de um objeto é uma coisa, mais desagradável é, quando existem torturas, sequestro relâmpago isso sem falar naquelas pegadinhas na saída de banco, golpes pela internet e por aí vai.

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A Laura foi assaltada quatro vezes no mesmo local. E o pior que não dava para mudar a rota porque os ladrões faziam ponto próximo ao local de seu trabalho. Na terceira vez que foi assaltada, resolveu tomar algumas providências. Usava na bolsa o mínimo de dinheiro possível, só carregava consigo o cartão de crédito quando era necessário mesmo, apesar de ter passado vário vexames por não andar com ele.

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Na tarde que foi assaltada pela terceira vez, eles levaram o cartão de crédito que dessa vez estava dentro da bolsa porque ela precisava sacar e alguns documentos que também naquela tarde era indispensável. Depois do acontecido tomou outras medidas. Mandou fazer uma “pochete” de tecido para colocar seu cartão de crédito, documentos, celular e trocados junto ao corpo e na estilosa bolsa de mão carregava apenas a nécessaire com os produtos de maquiagem, escova de cabelo, colírio e outros objetos sem muito valor.

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No computador ele digitou com letras tamanho 28, caixa alta e em negrito: Otário, você dançou. Nessa bolsa não tem dinheiro, nem cartão de crédito, muito menos celular. Enganei o trouxa.

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Ela já estava inquieta, o ladrão não aparecia. Mas, vai que um belo dia o malfeitor apareceu com cara de quem pode tudo e ordenou sacando uma arma apontada para sua cabeça: Passe a bolsa. Ela nunca entregou com tamanha satisfação.

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Mas, depois não seguiu para o trabalho. Foi direto para salão de beleza e mandou cortar os cabelos bem curtinhos, pintou de loiro e jogou um “ray ban” na cara. Tudo isso para disfarçar do larápio porque ela ficou feliz com a peça que pregou, mas ficou com medo da revanche.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 07/12/2012
Reeditado em 07/12/2012
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