Hasta la vista, baby!
Hasta la vista, baby!
Eu quero é incomodar, sentir o outro engolindo a saliva amarga quando os seus “achismos” se perderem nas minhas várias "verdades". Não quero que espalhem ramos de flores quando eu entrar. Na vida, quero ser espinho, o corte da navalha, por isso, praguejem contra mim. Sou fel na boca de quem quer provar a doçura e, antes de tudo, o nada, preenchido com rechaça e repulsa aos olhos de quem me olha com desdém. Podem, enfim, apontar os dedos e me jurar de morte. Sirvam-me veneno, pois, certamente, o que pensam que me mata, pode me alimentar.
Quero ver nos olhos dos que me odeiam toda a raiva contida e, assim, sentir que sou amado ao avesso. Se eu tropeçar podem rir, mas se caírem, eu os erguerei; não pisarei no que nasceu já titubeando. Quero receber pedradas e deixarei os afagos para os covardes, pois meu telhado é de concreto e suportará aos ataques.
Quero criar uma insônia, pois não acalentarei nem cantarei para o néscio dormir. Sou, antes de tudo, um mundo, um deus e um diabo, aquele que não jejua de vida nem precisa de milagres para se curar da da existência. Hipócritas! Caminho entre cobras e, às vezes, deixo-as me picar, pois, certamente, morrerão do meu próprio asco. Quero todas as pragas que puderem me rogar, todos os tapas que puderem me dar e, antes de qualquer coisa, quero vê-los em conluio para me abaterem. Ando pelos mesmos caminhos, conheço de cor as estradas, sei onde tudo vai dar. Venham em bandos, pois sou um Hércules pelo mundo.
Aqueles que pensam que pensam, deixo apenas meus rastros e sigam-me se forem capazes. Não pensem que sou métrica visto-me de lúcido para olhar o normal que pensa que pensa que é louco, sem saber nem o que é ser, perdendo-se em vícios de outrora e pensando que aponta para uma nova direção.
Estou por aí, caminhando, rimando E=M.V² com a anomia responsável. Estou vendo de longe o esperto achando que está além e caindo no aquém sem nem perceber uma emulação e um precipício, à sua frente. Não pensem que me acho, assim é querer me menoscabar . Eu tenho certezas; certezas, eu falei! Quero, agora, mais ódio depois de tal afirmação e confissão.
Hei, hei, estou aqui! Saibam de uma coisa. Eu não falo, deblatero; não escrevo, apunhá-lo; não perdoo, acuso; não simulo, atuo; não, não e não, três vezes não.
Ofereçam-me café, tomarei até o último gole, contudo, jamais tomem a cicuta que bebo diariamente. O meu prazer será, com certeza, a sua morte. Fica o dito e o redito e antes do último beijo um conselho: tome um laxante, pois acho que seu mal é constipação. Hasta la vista, baby!
Mário Paternostro