NATAL COMERCIALÍSSIMO?
Nem tanto...
Sandra Fayad
 
 
Incomoda-me o brilho cada vez mais intenso das festas natalinas.
Os noticiários das TVs, rádios, jornais, revistas, internet dão conta de tantas ofertas para presentear que sinto um arrepio e faço o possível para me manter serena e alienada.
Todos os anos a telinha mostra o movimento da Rua 25 de março, em São Paulo, o bairro de Manhattan, em Nova York, a Rua da Alfândega, no Rio e os Shoppings (haja shoppings!). Repórteres entrevistam compradores e vendedores, filmam a correria, o congestionamento, os atropelos e os preços tentadores ou exorbitantes. Chamam a atenção para as últimas novidades na área de eletrônicos, brinquedos, roupas. Panfletos, encartes, banners, tudo convoca o cidadão para ir às compras. Muita gente não percebe o tamanho da influência que tais apelos causam ao seu bolso, mesmo que analistas econômicos dêem aulas de como se deve usar o décimo terceiro salário para sair do vermelho. Disso eu acho muita graça. Ora, se o cara passou o ano todo gastando mais do que ganhou, como é que, com apenas um salário extra, vai conseguir negociar dívidas de cartão de crédito e cheque especial com bancos e financeiras, sair de férias, comprar presentes e, ainda, fazer poupança para as despesas com material escolar e impostos nos meses de janeiro, fevereiro e março? Tudo bem que é necessário orientar, mas não vale iludir... Alguém já disse que “de boas intenções o inferno está cheio”.
Até compreendo que essa é uma oportunidade para as pequenas empresas faturarem e, com isso, crescerem ou se aprumarem, já que estão sujeitas à carga tributária injusta e à forte concorrência das grandes multinacionais.
Aqui em casa costumam me rotular de “desmancha prazeres”, porque sou resistente à idéia de me enfiar em lojas e shoppings abarrotados para comprar produtos com preços majorados em 30, 40, 50% ou mais, só porque é Natal.
Apesar disso, alguns já estão aceitando a idéia de receber o presentinho em janeiro. Oba!
Mas nem tudo me parece desagradável nesta época. Gosto de trocar cumprimentos, participar de eventos de confraternização, enviar e receber mensagem, reencontrar amigos e familiares distantes. Normalmente esses acontecimentos são revestidos de calorosas trocas de bons fluídos e de atitudes fraternas.
Aí, sim! Faz sentido comemorar, estar presente em um grupo que se alegra, dança canta e se abraça.
Faz sentido dar uma reorganizada na casa e retirar tudo que está sobrando para doar àqueles que necessitam de mais conforto.
Faz sentido visitar idosos e doentes impossibilitados de se locomoverem, levando-lhes carinho e atenção.
Faz sentido jogar bola, contar e ouvir estórias e caminhar com a criançada até uma igreja ou uma praça.
Enfim, faz sentido nos aproximarmos, nos unirmos e nos abraçarmos, colocando em prática o que a humanidade sempre desejou antes e depois que Jesus Cristo confirmou e demonstrou em suas pregações que o bom é a união, o respeito e a solidariedade.
 
Felizes Confraternizações Natalinas!  
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 06/12/2012
Código do texto: T4022838
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