Urgência Urgentíssima

Pela primeira vez, ouço uma autoridade dizer ser imprescindível que a presidente reveja o sistema carcerário, pois ele não consegue atingir seu propósito primeiro, que é o de reformar o cidadão, para reintroduzi-lo à sociedade. O que se vê, o que se tem, é um largo aprendizado criminal, enquanto o indivíduo cumpre pena.

Não há como o sujeito sair dali melhor, arrependido, curado! A esmagadora maioria sai pior, profissionalizado no crime. Lá dentro há um universo que desconhecemos, com suas próprias leis. Leis essas que são obedecidas, como as daqui nunca foram, nem nunca serão. Conheço um homem de 40 anos que passou boa parte deles, preso. Pois bem, apesar de o discurso oficial dele ser de que “aquilo não é vida”. Ele não consegue ficar fora. Não se adapta mais à vida civil. Quando aqui fora, vacila, pra ser preso novamente. Neste momento cumpre metade de uma pena de nove anos, por tráfico. Mas, apesar de tudo, é um sujeito pacificado, que encontrou um jeito de lidar com um lado seu, que lhe foi classificado como “escuro”. No fundo, ele se sente mais seguro lá dentro, do que aqui fora. Sei que ele não deve engrossar os índices da maioria, de qualquer forma, não era este o objetivo da prisão.

O mais comum é o cidadão sair de lá de dentro com uma raiva, com um ódio, absolutamente indigestos. Sente suas entranhas sendo devoradas pela revolta de não ter conseguido aderir ao gado. Não ter sido aceito. Claro, que, a esta altura, ele já não se lembra mais de seus erros. Passou um tempão fazendo lavagem cerebral, culpando aos outros pelas suas fraquezas, pelas suas aterradoras deficiências. Viu barbaridades, injustiças, traições de todos os tipos. Vive na companhia ácida da violência, que provoca certo prazer, ou algo bem próximo a isso, mas que tem consequências insuportavelmente amargas.

Uma parcela adere à alguma religião, pelos mais variados motivos... Mas, o oficial, é sempre o “arrependimento”. O que atrapalha é que deve ser muito difícil ser verdadeiramente religioso, naquele mundo. Em todo o caso, já vi de tudo nesta vida. Tudo é possível, sim. Mas, algumas coisas, são bastante improváveis.

Para encerrar: é preciso sim, rever desde os julgamentos humanos, até às suas condenações e seus métodos absurdos, irracionais, incompetentes, incoerentes, de punição como forma de reabilitação.

A única forma possível de reabilitação é através de uma reeducação holística, ou seja: emocional, intelectual, social e, por fim, profissional!

O Original deste trabalho, é só copiar abaixo:

http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/12/urgencia-urgentissima.html