O Sábio
O Sábio
05/12/2012
Quantas vezes pensei que sabia e o tempo me ensinou que errei. Quantas vezes a ignorância me fez parar ou até recuar e buscar de forma segura a solução para o problema que me era mostrado. Tenho conversado com pessoas de todas as idades, jovens, contemporâneos, e idosos e com eles aprendo que a sabedoria está na ignorância. Quando vemos nas crianças a pureza e a inocência deveremos entender que ela é fruto da ignorância. Se enxergarmos no idoso a ânsia de querer viver todas as horas de um dia em poucos minutos, e um falar de acabar o fôlego, nós deveremos entender que isto é fruto do saber do pouco tempo que lhe resta. O saber é solitário enquanto a ignorância é solidária. O mestre que ensina é único no local que lhe é reservado, os que aprendem compartilham um espaço comum. O mestre que ensina usa da palavra que sai pela boca que é única. Já o aprendiz obtém seus conhecimentos pelo ouvir e pelo olhar que são sentidos por órgãos duplos. Não se ensina para quem já sabe, a evolução é lenta, só aprendemos se não soubermos, aceleramos nossa evolução.
Disse o sábio “só sei que nada sei”. É aí que reside a sabedoria. Sabedoria e ignorância não são antônimas. São complementos entre si, uma não existe sem a existência da outra. Na realidade vejo que são sinônimas, pois hoje entendo toda a ignorância do saber e o saber de toda ignorância.
Geraldo Cerqueira