Fugidia

Tinha a elegancia dos violinos

E a tristeza dos alaúdes.

Quando se imaginou sinfonia!

Em certo dia de adágio,

Num estágio de paixão

Quis permanecer musica,

Entre os concertos do vento

E as canções dos ribeirais.

Ó Flor murchada da razão!

Não mais te pertencer,

Não mais obedecer teu canto triste,

As tuas noites não me convidam mais!

E foi rodopiar Orfeus!

Aconteceu vagando entre as salamandras e os bosques,

E na leveza de um raio de lua entre os coqueirais!

Tinha se transformado em graça e flor

E se escolheu valsando, valsando...

No salão eterno do coração,

No altar da vida em imaginação

Era um personagem de sí mesma!

Era a namorada do príncipe lunar

Era a guardiã dos assopros,

A regente dos madrigais!