PLÁGIO: EU NÃO MINTO
Carnaval, 06.02.05.
TUDO PELA METADE, Marisa Monte e Nando Reis.
Eu admiro o que não presta/ Eu escravizo quem eu gosto/ Eu não entendo/ Eu trago o lixo para dentro/ Eu abro a porta para estranhos/ Eu cumprimento/ Eu quero aquilo que não tenho/ Eu tenho tanto a fazer/ Eu faço tudo pela metade/ Eu não percebo./ Eu falo muito palavrão, / Eu falo muito mal./ Eu falo muito./ Eu falo mesmo/ Eu falo sem saber o que estou falando/ Eu minto.
Meu filho diz que sou UMA NAVE ESPACIAL.
Eu discordo e eu concordo. Eu escravizo quem eu gosto. Quem eu gosto me rejeita, quem eu gosto não me sabe, eu sou ignorada, eu sou desconhecida, eu sou desapercebida, eu não ameaço até acolho, mas quem me percebe não me percebe, quem me percebe me teme, e foge, me isola, me apaga porque eu incomodo não sei porquê.
Eu só admiro o que presta e fico estupefata com o que não presta. Eu não sei o quê que presta. Eu sei o que presta. Eu não indago, só reflito e me detenho. Eu reflito muito em indagações, mas não me importa a resposta. Não me interessa o que o outro pensa, me interessa o que o outro sente. Eu entendo. Eu não trago o lixo para dentro. Eu transformo o lixo. O obstáculo para mim é apenas mudança ou desafio.Como disse uma pessoa querida “os problemas estão aí para serem resolvidos”. Eu concordo. Eu trago a beleza para dentro. Eu mostro a beleza. Tudo é lindo. Todos somos inocentes. Ninguém é culpado. Todos somos vítimas, mas o importante é apenas saber disso e perdoar ou compreender.A dor é muito maior que o real, importa quem sinta isso e o saiba, e esqueça, ou abandone isso por isso não importar. Nada é muito sério. Só um pouquinho.
Eu abro a porta para estranhos e para conhecidos. Mas nem um nem outro quer entrar
Eu cumprimento tudo e todos quando vejo. Às vezes não estou olhando nada, só indo com a correnteza. Eu não quero aquilo que não tenho. Eu quero aquilo que tenho. Só que eu não tenho nada. Nada é meu, Sempre é de alguém. Parece que sou um viajante espectador. Eu não gosto disso. Eu gostaria de mergulhar. Mergulhar no mais fundo das águas e respirar enquanto via através. Mergulhar na alma humana e poder compreendê-la Eu sou muito pretensiosa, tanto quanto sou muito humilde ou modesta. Eu sou o branco tanto quanto o preto, sou o vermelho quanto o verde, sou o azul tanto quanto o amarelo; nunca sou o marrom, nem o roxo, mas o ocre em todos os seus matizes me diz muito bem e eu o sou quase sempre. O verde me amarga, exceto todos os verdes e os sépias da natureza.
Eu tenho tanto a fazer, mas esqueci ou perdi o que é.
Nada faço pela metade, mas dá sempre em fracasso. Mas não sei o que é o fracasso, nem o sucesso. Não importa.
Eu falo muito bem, e muito. Mas não há ouvidos para me escutarem.
Eu falo sem saber o que estou falando.
Eu não minto.
Carnaval, 06.02.05.
TUDO PELA METADE, Marisa Monte e Nando Reis.
Eu admiro o que não presta/ Eu escravizo quem eu gosto/ Eu não entendo/ Eu trago o lixo para dentro/ Eu abro a porta para estranhos/ Eu cumprimento/ Eu quero aquilo que não tenho/ Eu tenho tanto a fazer/ Eu faço tudo pela metade/ Eu não percebo./ Eu falo muito palavrão, / Eu falo muito mal./ Eu falo muito./ Eu falo mesmo/ Eu falo sem saber o que estou falando/ Eu minto.
Meu filho diz que sou UMA NAVE ESPACIAL.
Eu discordo e eu concordo. Eu escravizo quem eu gosto. Quem eu gosto me rejeita, quem eu gosto não me sabe, eu sou ignorada, eu sou desconhecida, eu sou desapercebida, eu não ameaço até acolho, mas quem me percebe não me percebe, quem me percebe me teme, e foge, me isola, me apaga porque eu incomodo não sei porquê.
Eu só admiro o que presta e fico estupefata com o que não presta. Eu não sei o quê que presta. Eu sei o que presta. Eu não indago, só reflito e me detenho. Eu reflito muito em indagações, mas não me importa a resposta. Não me interessa o que o outro pensa, me interessa o que o outro sente. Eu entendo. Eu não trago o lixo para dentro. Eu transformo o lixo. O obstáculo para mim é apenas mudança ou desafio.Como disse uma pessoa querida “os problemas estão aí para serem resolvidos”. Eu concordo. Eu trago a beleza para dentro. Eu mostro a beleza. Tudo é lindo. Todos somos inocentes. Ninguém é culpado. Todos somos vítimas, mas o importante é apenas saber disso e perdoar ou compreender.A dor é muito maior que o real, importa quem sinta isso e o saiba, e esqueça, ou abandone isso por isso não importar. Nada é muito sério. Só um pouquinho.
Eu abro a porta para estranhos e para conhecidos. Mas nem um nem outro quer entrar
Eu cumprimento tudo e todos quando vejo. Às vezes não estou olhando nada, só indo com a correnteza. Eu não quero aquilo que não tenho. Eu quero aquilo que tenho. Só que eu não tenho nada. Nada é meu, Sempre é de alguém. Parece que sou um viajante espectador. Eu não gosto disso. Eu gostaria de mergulhar. Mergulhar no mais fundo das águas e respirar enquanto via através. Mergulhar na alma humana e poder compreendê-la Eu sou muito pretensiosa, tanto quanto sou muito humilde ou modesta. Eu sou o branco tanto quanto o preto, sou o vermelho quanto o verde, sou o azul tanto quanto o amarelo; nunca sou o marrom, nem o roxo, mas o ocre em todos os seus matizes me diz muito bem e eu o sou quase sempre. O verde me amarga, exceto todos os verdes e os sépias da natureza.
Eu tenho tanto a fazer, mas esqueci ou perdi o que é.
Nada faço pela metade, mas dá sempre em fracasso. Mas não sei o que é o fracasso, nem o sucesso. Não importa.
Eu falo muito bem, e muito. Mas não há ouvidos para me escutarem.
Eu falo sem saber o que estou falando.
Eu não minto.