A MAIOR PUNIÇÃO...

"A glória a que aspiro é a de ter vivido tranqüilo .. em sendo a filosofia incapaz de mostrar o caminho que conduz ao repouso da alma que a todos convém, que cada qual por seu lado o procure." Montaige.

Para tanto se trancou em seu castelo e viveu fazendo de si seu personagem principal. Podia ditar regras de paz na consciência, quem queria “o repouso da alma”. Muitos a pretendem, outros em nome do personalismo repudiam essa paz para viver no inferno “opinioso” que contradiz a Lei Moral.

Nos Estados Unidos, homens de finanças, governador, e pessoas representativas, estão fechadas nos cárceres por muitos anos. Tiveram julgamentos regulares, com acusação e defesa, processo legal com contraditório, como no Brasil. Cumprem as penas e ouviram as decisões em silêncio reverencial.

Na China, de regime eclético, liberalidade econômica para a iniciativa privada, politicamente com execuções sumárias, o mesmo na Coréia do Norte, Cuba com seu porões da persistente ditadura, com julgamentos unilaterais e "intra muros" , sem nenhuma transparência, devido processo legal e contraditório, Venezuela e suas fortíssimas restrições dos direitos individuais, exemplo seguido aos poucos pela Argentina, ninguém OUSA, falar o que for das sentenças condenatórias.

No permissivo Brasil, condenados por crimes de lesa-pátria, se arvoram em juízes de si mesmos, como se estivessem acima das leis, e afrontam as decisões ocorrentes.

E têm a coragem de nominarem de “golpe” uma sentença judicial festejada como erradicação primeira de feridas necrosadas pela corrupção, e de serem os condenados “presos políticos” e não políticos presos por corrupção. Pretensão de inscientes, arrogância da incultura.

Os apreciadores dessas condutas, amigos de amigos do desrespeito das liberdades universais, dos direitos fundamentais, republicanos, gostam de poder tudo dizer mesmo contrariando especificidades limitativas da liberdade de expressão. E o fazem publicamente.

Fica o saldo de ufania republicana, da verdadeira pena, a pena moral, pois deixam de compor o poder oficial, já que o cárcere no Brasil tem o condão de “livrar solto”, como se diz juridicamente, em pouco tempo, os condenados presos.

Nunca entenderão a paz de Montaigne, mas não terão o sabor do poder sempre desejado....e perdido. É o “repouso da alma” perdido, diferente, repouso materializado no desvio, mas ainda que pequeno como valor, é para os condenados o “repouso perdido”, a pena moral.

"É uma presunção perigosa e fútil, além de uma absurda temeridade, ter desprezo pelo que nós não compreendemos." "Que eu sei?". Montaigne.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/12/2012
Reeditado em 04/12/2012
Código do texto: T4018453
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.