Lembranças Pelotenses do Olímpico (Final)
Finalizando as lembranças de vitórias dos clubes pelotenses no Estádio Olímpico, temos a grande vitória do Pelotas no Campeonato Gaúcho de 2010 e que o levou até as finais do segundo turno naquele ano.
Os duelos entre Pelotas e Grêmio no Olímpico geralmente eram ferrenhos, mas houve um momento dos mais constrangedores que um clube de futebol pode passar. Imagine seu time levar um 10 x 0 a tiracolo. Certamente seria motivo de piada eterna dos rivais.
Foi o que ocorreu em 31 de julho de 1977 com o áureo-cerúleo.
Os tempos mudaram, no entanto, e a vitória finalmente sorriu para o Pelotas no estádio Olímpico e esta veio com requintes de épico histórico.
No artigo anterior onde falei sobre a vitória heróica do Farroupilha, tinha dito que revelaria o motivo da vitória áureo-cerúlea no Olímpico ser tão heróica como a de seus co-irmãos.
A circunstância era a longa invencibilidade do Grêmio em seu estádio que era de 51 jogos iniciada em setembro de 2008 quando perdeu para o Goiás naquela ocasião.
O Pelotas tinha feito uma campanha irregular classificando-se para as quartas-de-final do segundo turno daquele ano de forma dramática empatando nos últimos minutos contra o São José em Porto Alegre sendo que a regra definia a partida no Olímpico pelo Grêmio ter feito melhor campanha.
Vida ou morte, tudo ou nada. Já seria muito difícil vencer naquele alçapão até então inexpugnável e pra piorar ainda mais as coisas, o Grêmio tinha saído na frente do marcador com um belo gol de Maylson no fim do primeiro tempo.
Tudo estava perdido e o segundo tempo para o Pelotas seria defender-se com medo de não ser goleado para poder terminar o Campeonato Gaúcho da forma mais digna possível.
Foi então que as balas da execução se voltaram contra o próprio carrasco e que a história épica desse jogo começou a tomar forma para o Pelotas.
O time continuava atacando como se não tivesse mais nada a perder e foi premiado com um pênalti feito pelo goleiro Victor em Tiago Duarte. O próprio atacante bateu com direito a paradinha e empatou o jogo fazendo explodir a massa áureo-cerúlea que tinha se mobilizado como nunca havia feito antes em toda a sua história.
O empate já era excelente para o Pelotas, afinal cair nos pênaltis seria uma forma honrosa para a equipe, mas os deuses do futebol foram caprichosos naquele dia.
Em um contra-ataque mortal, houve um novo pênalti para o Pelotas. Uns dizem que era legítimo e outros duvidavam daquilo.
E lá foi novamente Tiago Duarte para a cobrança e a bola caprichosamente entrou no cantinho, fazendo outra vez a torcida áureo-cerúlea pular de alegria. Era mais uma façanha do futebol pelotense tomando caminhos que nenhum roteirista de filme de Hollywood imaginaria.
O jogo acabou e o Pelotas garantiu uma improvável classificação para a fase seguinte do campeonato Gaúcho, sendo ainda o time que derrubou a invencibilidade do então inatingível Grêmio.
Colocando também seu nome na história de um estádio prestes a fechar suas portas.
Adeus, Estádio Olímpico.
Obrigado por nos proporcionar belos momentos na história do futebol gaúcho e pelotense.