IMPESSOALIDADE POÉTICA
Impessoalidade poética pode ser característica de um autor, mas não o universaliza nem o delimita a ponto de despersonalizá-lo de todo. Cada qual, ao seu modo e termo, seja numa ilimitada abrangência ou unicidade temática. O poeta é o mesmo, neste ou naquele tema, mas o pensamento dele é vário, e nem sempre o que compõe corresponde àquele suposto "estado de espírito", mas ao que exteriormente motiva-lhe o instante da criação. A poesia vem-lhe num momento abstrato ou concreto. Ele o capta para fazer-se intérprete de si mesmo, de outrem ou de algo. Isto à poesia em si pouco importa. Ela transita pela mente do poeta e dela voa até pousar no papel, onde se expõe e se deixa explorar entre a autoria e autonomia, entre a capacidade inventiva e a autêntica produção.
Duas afirmativas apoiam e sintetizam a minha proposição poética. Uma me vem de Cecília Meireles: “Não sou alegre nem sou triste; sou poeta”. Isto me define por completo no que poeticamente exponho. Sou o que sou no instante em que escrevo ou o que nele fantasio. As duas situações resultam do "estado d’alma", sem abrir mão da criação. Criar é inventar. Se o que resulta é poesia, importa-lhe a realidade tanto quanto a fantasia.
Outra afirmação é própria. Cito-a no poema Considerações: Sou um garimpeiro da sensibilidade. Um amálgama de todas as tendências.
Não alcanço a universalidade, mas não me atenho à unicidade. Tanto à forma quanto ao tema. Não sou exclusivamente um sonetista. Sou um poeta que escreve sonetos. Assim também não verso em torno do mesmo tema, como alguns o fazem de forma especialmente bela. A temática da morte, por exemplo, de que são adeptos os que compõem a Lira dos Poetas, já citados por mim.
O soneto LENÇÓIS DE LINHO é um exemplo de impessoalidade. Um instante poético exterior a refletir-se no meu interior, identificando o meu eu poético, mas não o meu estado d’alma. Que o diga o fado MORRINHA, cujo poema inspirou-me.
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Leitoras e leitores queridos, este texto atende a uma necessidade minha de elucidar possíveis conotações de que a poesia não escapa. Imaginem que até recebi uma mensagem -via contato - perguntando se eu me havia "separado" rsrsr. Achei isso carinhosamente hilário. Bom, mesmo sendo extremamente reservado, aqui vai um detalhe: estou em pleno gozo de felicidade conjugal. E "grávido".
Impessoalidade poética pode ser característica de um autor, mas não o universaliza nem o delimita a ponto de despersonalizá-lo de todo. Cada qual, ao seu modo e termo, seja numa ilimitada abrangência ou unicidade temática. O poeta é o mesmo, neste ou naquele tema, mas o pensamento dele é vário, e nem sempre o que compõe corresponde àquele suposto "estado de espírito", mas ao que exteriormente motiva-lhe o instante da criação. A poesia vem-lhe num momento abstrato ou concreto. Ele o capta para fazer-se intérprete de si mesmo, de outrem ou de algo. Isto à poesia em si pouco importa. Ela transita pela mente do poeta e dela voa até pousar no papel, onde se expõe e se deixa explorar entre a autoria e autonomia, entre a capacidade inventiva e a autêntica produção.
Duas afirmativas apoiam e sintetizam a minha proposição poética. Uma me vem de Cecília Meireles: “Não sou alegre nem sou triste; sou poeta”. Isto me define por completo no que poeticamente exponho. Sou o que sou no instante em que escrevo ou o que nele fantasio. As duas situações resultam do "estado d’alma", sem abrir mão da criação. Criar é inventar. Se o que resulta é poesia, importa-lhe a realidade tanto quanto a fantasia.
Outra afirmação é própria. Cito-a no poema Considerações: Sou um garimpeiro da sensibilidade. Um amálgama de todas as tendências.
Não alcanço a universalidade, mas não me atenho à unicidade. Tanto à forma quanto ao tema. Não sou exclusivamente um sonetista. Sou um poeta que escreve sonetos. Assim também não verso em torno do mesmo tema, como alguns o fazem de forma especialmente bela. A temática da morte, por exemplo, de que são adeptos os que compõem a Lira dos Poetas, já citados por mim.
O soneto LENÇÓIS DE LINHO é um exemplo de impessoalidade. Um instante poético exterior a refletir-se no meu interior, identificando o meu eu poético, mas não o meu estado d’alma. Que o diga o fado MORRINHA, cujo poema inspirou-me.
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Leitoras e leitores queridos, este texto atende a uma necessidade minha de elucidar possíveis conotações de que a poesia não escapa. Imaginem que até recebi uma mensagem -via contato - perguntando se eu me havia "separado" rsrsr. Achei isso carinhosamente hilário. Bom, mesmo sendo extremamente reservado, aqui vai um detalhe: estou em pleno gozo de felicidade conjugal. E "grávido".